Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-24)

(Antfer) #1

Presidente da Petrobras é demitido depois de apenas 40 dias no cargo


Banco Central do Brasil

Jornal Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
terça-feira, 24 de maio de 2022
Cenário Político-Econômico - Destaques Jornais
Nacionais

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Autor: Fábio Pupo e Julio Wiziack


BRASÍLIA - O governo anunciou nesta segunda-feira
(23) que decidiu trocar o presidente da Petrobras, 39
dias após a posse de José Mauro Coelho no comando
da empresa. A notícia chegou ao executivo pouco mais
de uma hora antes de ser anunciada pelo Ministério de
Minas e Energia, a quem a estatal está vinculada. Para
o lugar de Zé Mauro, como é conhecido no mercado, foi
convidado Caio Mário Paes de Andrade - que atua
como secretário especial do ministro Paulo Guedes
(Economia) e, caso tenha o nome confirmado pela
companhia, será o quarto presidente da empresa no
governo de Jair Bolsonaro (PL).


Segundo um integrante do conselho da Petrobras que
falou sob anonimato, o indicado não preenche os
requisitos para o cargo exigidos pela Política de
Indicações para a Alta Administração da Petrobras.


Andrade, que já tinha sido cotado para ocupar a
presidência da companhia no mês passado, não tem
experiência comprovada de, no mínimo, três anos, no
mercado de óleo e gás. O mais próximo disso é a


posição de conselheiro da estatal Pré-Sal Petróleo S. A.
(PPSA), que gere os contratos de óleo e gás da União,
desde janeiro de 2021 (há um ano e cinco meses).

O indicado para a empresa é próximo ao ministro de
Minas e Energia, Adolfo Sachsida -que também fazia
parte da equipe de Guedes.

As escolhas de Sachsida e Andrade para os postos de
ministro do MME e de presidente da Petrobras
representam a retomada de forças de Guedes sobre a
companhia.

O ministro, que tem deixado expressar seu
descontentamento com o comando da empresa nos
últimos meses, agora tem a oportunidade de controlar
várias das decisões relacionadas à companhia
enquanto o governo -ele, inclusive- luta pela reeleição
de Bolsonaro.

Guedes indicou o primeiro presidente da Petrobras logo
que Bolsonaro assumiu a Presidência. O economista
Roberto Castello Branco, no entanto, ficou pouco mais
de um ano no cargo.

Foi derrubado pela pressão de Bolsonaro para
interferências de preço dos combustíveis, que, naquele
momento, já estava escalando devido ao início das
elevações do valor do barril Brent, insumo básico da
produção de combustíveis e derivados.

Castello Branco foi substituído pelo general Joaquim
Silva e Luna, um aliado do então ministro de Minas e
Energia, Bento Albuquerque. Ambos foram demitidos
por pressão do Planalto. Silva e Luna saiu em fevereiro,
e o ministro, em maio.

Embora a troca do presidente da Petrobras na noite
desta segunda-feira tenha sido uma surpresa dentro da
companhia, nos últimos dias ela era dada como certa no
governo.

O próprio Bolsonaro sinalizou em uma de suas lives
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