Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-24)

(Antfer) #1

17 milhões em Davos


Banco Central do Brasil

Jornal Folha de S. Paulo/Nacional - Opinião
terça-feira, 24 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Davos

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Preto Zezé


Celso Athayde recebeu nesta segunda-feira, dia 23 de
maio, em Davos (Suíça), o prêmio de Empreendedor de
Impacto e Inovação do Fórum Econômico Mundial 2022.
A honraria é oferecida pela Fundação Schwab.


No discurso de Celso, foram representadas 17,1
milhões de pessoas que moram nas favelas de todo o
Brasil. O simbolismo desse discurso é sem igual -e não
há paralelo na história do país e talvez do mundo. Foi o
mais emblemático que o fórum de Davos já viu.


Depois de levar o debate de favelas do Brasil para a
pauta econômica, agora o mundo conhece o menino
que morou na rua, se virou como pôde, sobreviveu,
virou camelô e agora, em um discurso impecável, que
começou em favelês e se encerrou em um ótimo inglês,
apresenta ao mundo paradigma novo do quarto setor.


A tese lançada por Celso é para consolidar a economia
da favela, refazendo o uso do lucro para impactar na
base da pirâmide, que pauta o terceiro setor. Isso sem
deixar de lado a capacidade de inovar, a dinâmica


cultural e o potencial empreendedor que a favela possui
e que, muitas vezes, não são percebidos nem por
empresas, nem por organizações, nem por governos.

O prêmio dialoga com o papel que Athayde vem
desempenhando, há mais de duas décadas, nas favelas
brasileiras. O programa é realizado há mais de 20 anos
pela Fundação Schwab, como missão de fornecer uma
plataforma global de divulgação de ações
socioambientais sustentáveis e inovadoras.

A fundação promove a troca de conhecimento entre
empreendedores sociais e representantes de grandes
empresas internacionais ao incluir esses profissionais
na Rede de Líderes Globais do Fórum Econômico
Mundial.

A categoria em que Athayde foi premiado se chama "15
líderes que Estão Mudando o Mundo". Ele não somente
leva suas experiências e legados como representa a
voz e a vez de 17,1 milhões de pessoas que moram nas
favelas de todo o Brasil, reforçando que "favela não é
carência, a favela é potência", como ele sempre gosta
de dizer.

Estamos presenciando um novo paradigma de
mobilização social, uma nova elaboração teórica, um
protagonismo da favela, que acontece num ambiente no
qual ela sempre foi tratada como números ou gastos,
nunca como investimento e desenvolvimento.

Como chefe de Estado de 17 milhões de pessoas, um
Estado que seria o quarto em população no Brasil, com
um poder de consumo de R$ 137 bilhões, Celso
Athayde e seu discurso, em favelês e em inglês,
entraram para a história no epicentro da economia
global, junto aos líderes mundiais, como cartão de visita
de um país chamado Favela.

COLUNISTAS
Free download pdf