Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-25)

(Antfer) #1

DISCUSSÃO DA CONTA


Banco Central do Brasil

Jornal O Globo/Nacional - Brasil
quarta-feira, 25 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Ipea

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Autor: BRUNO ALFANO E PAULA FERREIRA
brasil&oglobo. com. br RIO E BRASÍLIA


Uma proposta de emenda à Constituição para
determinar que universidades públicas cobrem
pagamento de mensalidade de parte dos estudantes
gerou um debate que foi para além da Câmara dos
Deputados, chegando às redes sociais e aos
especialistas em financiamento da educação.


A proposta seria discutida ontem na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados,
mas acabou retirada da pauta porque o relator, Kim
Kataguiri (União-SP), está de licença médica. A
intenção de Kataguiri é que a CCJ analise na semana
que vem o tema. Mas um requerimento da deputada
Maria do Rosário (PT-RS) foi aprovado para que haja
realização de audiência pública antes de o tema ser
pautado novamente na comissão.


De acordo com a proposta, alunos de baixa renda não
pagariam. Os critérios de definição da gratuidade seriam
definidos por uma comissão de cada universidade, com
base em faixas de valores mínimos e máximos que


seriam estabelecidos previamente pelo Ministério da
Educação.

A sugestão de mudança é do deputado General
Peternelli (União-SP). A proposta obteve parecer
favorável de Kataguiri, que é presidente da Comissão
de Educação da Câmara.

'A gratuidade generalizada gera distorções gravíssimas,
fazendo com que os estudantes ricos - que tiveram uma
formação mais sólida na educação básica - ocupem as
vagas disponíveis no vestibular em detrimento da
população mais carente', diz o texto.

Um dos maiores pesquisadores de financiamento de
ensino superior do país, Paulo Meyer Nascimento, do
Ipea, argumenta que o pagamento deve ser feito depois
do estudante se formar, e ser condicionado à renda,
como no Reino Unido e na Austrália. Quando o formado
estiver empregado, paga a dívida incorporada no
Imposto de Renda. Caso seja demitido, o débito é
congelado. Se o profissional não atingir um determinado
patamar de ganhos, não paga.


  • Cobrar durante o curso gera uma barreira a mais que
    pode afastar estudantes - diz.


Nas projeções de Meyer, a cobrança poderia gerar uma
receita extra para as universidades de R$ 3 bilhões a
R$ 5 bilhões anuais. Esse valor, na avaliação dele, seria
uma forma de incremento das receitas discricionárias
(que pagam contas como água, luz e assistência
estudantil) das federais, que hoje estão em R$ 5
bilhões, e não como substituição do orçamento da
União.

Pesquisa de 2020 do centro Dados para um Debate
Democrático na Educação mostra que diferentes países
adotaram um sistema de pagamento nas universidades
públicas. O modelo australiano cobra após a formatura,
mas subsidia 38% do curso. O do Reino Unido repassa
os valores integrais aos alunos, também após a
diplomação.
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