Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-25)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Revista Exame/Nacional - Negócios
terça-feira, 24 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - B3

Belmiro Gomes assumiu como CEO após 22 anos no
Atacadão, maior rede de atacarejo do país, atualmente
controlado pelo Carrefour. Com a chegada de Gomes, o
Assaí passou a trabalhar com o modelo de lojas
maiores e mais atraentes. Trata-se de um modelo
aperfeiçoado com o tempo — as lojas recentes estão na
18a versão.


De lá para cá, a rede abriu unidades em 24 estados e
ficou maior que a própria bandeira Pão de Açúcar. Hoje
são mais de 65.000 funcionários. Para garantir uma
presença relevante mesmo longe da sede, na capital
paulista, o jeito foi adotar um modelo de gestão por
regionais. Atualmente são 11 equipes dedicadas às
áreas comercial e de marketing em suas regiões. O
sistema garante, por exemplo, que o sortimento de
produtos e ofertas esteja alinhado com o desejo de
consumidores em cada praça com presença da rede.
“Concorremos com as redes locais, então preciso ter
uma visão local para anunciar aos clientes de lá”, diz
Anderson Castilho, vice-presidente de operações do
Assaí.


Em 2017, o Assaí se tornou a bandeira de maior
faturamento do Casino, grupo francês controlador do
Grupo Pão de Açúcar, o que levantou a discussão sobre
a separação dos negócios. A divisão foi concretizada
em março do ano passado, e o Assaí passou a ser
negociado na B3 com a sigla ASAI3. O Casino
permaneceu como controlador das duas empresas.


Hoje o Assaí vale cerca de 20 bilhões de reais na bolsa
brasileira, enquanto o Grupo Pão de Açúcar vale 5,7
bilhões de reais. Agora independente, o Assaí ganhou
agilidade na tomada de decisão e foco em seu modelo
de negócios, vantagens em relação aos concorrentes. O
Atacadão, o maior do setor, com 250 lojas e receita de
59 bilhões de reais, está sob o guarda-chuva do
Carrefour, dono de diversas bandeiras e com atuação
em hipermercados, supermercados e mercados de
conveniência.


Outros players menores também seguem esse modelo,
como é o caso do Max Atacadista, parte do grupo
Muffato, um dos principais do Paraná, e do Mix Mateus,
do Grupo Mateus, com presença forte no Nordeste. O
Assaí não pretende entrar em outros modelos de
mercado por ora, e vai focar em continuar a crescer no
que já sabe fazer bem.

Operar só no modelo de atacado é vantajoso em um
período de inflação alta, porém pode ser menos
atraente em períodos de economia mais mansa, quando
o consumidor pode buscar mais conveniência do que
preço. “Em um momento de inflação alta, o consumidor
olha demais para o preço. Se os preços ficarem mais
estáveis, ele poderá voltar a comprar mais no mercado
de bairro”, diz Jéssica Costa, sócia da consultoria de
varejo AGR Consultores.

A aposta do Assaí é que, com uma rede mais próxima
do consumidor e uma experiência de compra positiva o
suficiente, a rede vai se manter na rota de compras do
cliente, mesmo daquele com maior poder aquisitivo.
Para isso, além da expansão de lojas, a rede tem
avançado, de forma ainda tímida, nas vendas online.
Recentemente, fechou parcerias com os apps de
delivery Rappi e Cornershop para entregas de produtos
comprados nas lojas. É uma forma de fazer frente à
concorrência crescente de grandes players do comércio
eletrônico, como a varejista Amazon. A direção do
Assaí, contudo, tem alguma clareza de onde quer
chegar.

A meta é ser como a rede americana Costco, que
funciona no modelo de assinatura e vende para
diferentes classes sociais nos Estados Unidos. Com
mais de 800 lojas em 11 países, a rede teve 192 bilhões
de dólares em vendas em 2021, um crescimento de
18% em relação a 2020. O setor de cash & carry (nome
em inglês para “atacado de autosserviço”, outro nome
do atacarejo) vem crescendo no Brasil e no mundo. Por
aqui, o segmento quase dobrou de tamanho nos últimos
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