Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-25)

(Antfer) #1

Novo comando da Petrobras pode mudar estatuto para segurar preços


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Autor: ADRIANA FERNANDES


O novo comando da Petrobras vai trabalhar para
segurar os reajustes de combustíveis e dar mais
'previsibilidade' de preços em tempos de guerra na
Ucrânia, e isso pode levar até mesmo à mudança no
estatuto da estatal. O presidente Jair Bolsonaro quer
reduzir a frequência dos reajustes, como mostrou o
Estadão. O governo não descarta suspender a paridade
de preços com o mercado internacional em momentos
de crise.


A demissão de José Mauro Coelho da presidência da
empresa e a possibilidade de mudanças derrubaram
ontem as ações ordinárias da Petrobras, que fecharam
em queda de 2, 85% na B3, após recuo de mais de 4%
no início do dia. Já nos EUA, as ações chegaram a cair
13, 6% na negociação pré-mercado, antes da abertura,
e fecharam com queda de 3, 8%.


A barreira da Lei das Estatais, que obriga qualquer
estatal a ser gerida como empresa privada, pode ser
contornada na avaliação de integrantes do governo. Um
dos argumentos de auxiliares do presidente é de que o


risco de imagem para a companhia também é levado
em conta pelas empresas privadas em momentos de
crise.

'CONTRIBUIÇÃO". Outra justificativa é que a Petrobras
é tão dominante no mercado que poderia ser mais
'sensível' ao impacto que sua política de preços causa
na economia como um todo, inclusive para a inflação -
'podendo dar a sua contribuição neste momento'. O
lucro recorde no primeiro trimestre, de R$ 44, 56
bilhões, mais de 3. 000% a mais do que no mesmo
período de 2021, reforçaria esse ponto de vista. Uma
leitura menos literal da Lei das Estatais, porém, pode
ser questionada pelos acionistas.

Para reduzir a frequência dos reajustes, um dos
entraves, além do risco de desabastecimento
(principalmente de diesel) já alardeado pela companhia
várias vezes, é o fato de que a gestão da Petrobras tem
de chegar a 31 de dezembro de 2022 com o preço na
média da paridade internacional. Segurar os reajustes
por muito tempo, para não atrapalhar os planos de
reeleição de Bolsonaro, não daria margem para cumprir
essa exigência. Para alterar essa regra, seria preciso
tirar do estatuto a obrigação do governo de indenizar a
empresa pelos custos que vier a ter com essa política.

O governo vai insistir que não está se distanciando do
discurso pró-mercado. Em nota, o ministro de Minas e
Energia, Adolfo Sachsida, reforçou o compromisso de
respeito à governança, mantendo a observância dos
preceitos normativos e legais que regem a Petrobras.

Mercado instável

2,85% foi o porcentual de queda das ações ordinárias
da Petrobras no pregão de ontem na B3, a Bolsa
brasileira, depois de os papéis chegarem a cair mais de
4% durante o dia

13, 6(%) foi quanto recuaram as ações nos Estados
Unidos antes da abertura do mercado; no fim do pregão,
queda ficou em 3, 8%
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