Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-25)

(Antfer) #1

Indicado para Petrobras é visto como hábil, mas sem experiência no setor


Banco Central do Brasil

Jornal Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
quarta-feira, 25 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Caio Mario Paes de Andrade

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Autor: Idiana Tomazelli eJulio Wiziack


BRASÍLIA - Novo indicado do governo à presidência da
Petrobras, Caio Mario Paes de Andrade é descrito por
pessoas próximas como um gestor habilidoso e alguém
bem relacionado politicamente, apesar de não ter muita
experiência no setor de petróleo e energia.


Desde que assumiu a Secretaria Especial de
Desburocratização, Gestão e Governo Digital no
Ministério da Economia, em agosto de 2020, ele
ampliou sua rede de contatos em Brasília e ganhou
projeção dentro do governo ao turbinar a agenda de
digitalização dos serviços públicos.


Ao longo de sua atuação na administração pública, ele
se aproximou de diferentes par lamentares aliados do
governo, entre eles o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ),
filho do presidente Jair Bolsonaro (PL).


Por ter sido bem-sucedido nessas frentes, a expectativa
de interlocutores é que ele tenha jogo de cintura para


lidar com a política de preços da Petrobras, tema que é
o calcanhar de aquiles do governo em meio à tentativa
de reeleição do presidente.

Desde o ano passado, os combustíveis têm sido um
importante fator de impulso para a inflação, que fechou
o ano passado em 10, 06% (a maior desde 2015) e
caminha para estourar a meta novamente em 2022, ano
eleitoral.

Com a nova trocano comando da companhia, o governo
espera ter ao menos uma suavização na frequência dos
reajustes.

Como mostrou a Folha, o governo discute a criação de
bandas de flutuação para a cotação do barril de
petróleo, com um gatilho que autoriza o reajuste apenas
quando o teto é superado. Outra hipótese em discussão
é estipular um intervalo mínimo de cem dias para o
ajuste nos preços.

A expectativa é que Paes de Andrade já assuma a
presidência da Petrobras pressionado a tomar
providências em relação ao preço dos combustíveis.

O atual secretário do Ministério da Economia tem tido
apoio do ministro Paulo

Guedes para se credenciar ao novo posto no lugar de
José Mauro Coelho, demitido 40 dias após sua posse. O
indicado também é próximo ao novo ministro de Minas e
Energia, Adolfo Sachsida -outro egresso da equipe de
Guedes.

Nos bastidores, o ministro da Economia é simpático à
ideia de a companhia conceder reajustes mais
espaçados, sobretudo considerando os lucros recordes
obtidos pela companhia. A discussão vai ao encontro do
discurso do próprio presidente, que já classificou o lucro
de R$ 44, 5 bilhões no primeiro trimestre como um
'estupro' e um 'absurdo'.
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