Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-25)

(Antfer) #1

Crise de energia é inédita, e preços devem subir mais, diz chefe de agência


Banco Central do Brasil

Jornal Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
quarta-feira, 25 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Davos

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DAVOS (suíça) O mundo está mergulhando em uma
inédita crise de energia, não apenas de petróleo, e os
preços devem continuar subindo, alertou o diretor-
executivo da Agência Nacional de Energia, Fatih Birol.
Ainda assim, ele considera que eventuais políticas de
controle ou subsídio de combustível devem focar em
auxiliar as camadas mais pobres apenas.


'Muitos países têm falado em segurar o preço do
combustível na Europa, na Ásia, em todo lugar. Para
mim, medidas assim, para proteger a população, não
deveriam ser universais, mas focada nos mais pobres'
afirmou Birolao ser indagado por jornalistas em Davos a
respeito do debate envolvendo o controle de preços no
Brasil, que culminou em sucessivas trocas no comando
da Petrobras.


'Eu acho que os mercados funcionam melhor sem
intervenção. Pode haver uma razão, de tempo em
tempo, para os governos oferecerem alguma condução
estratégica aos mercados, mas os governos precisam
decidir quando intervir e quando não pesar a mão'


Birol, chefe da principal entidade multilateral para o
tema, participa do Fórum de Davos e conversou com a
Folha e outros dois veículos do Brasil sobre as atuais
crises.

Ele não quis comentar diretamente a mudança de
direção na Petrobras, limitando-se a dizer que a
empresa 'tem sido muito bem-sucedida historicamente e
conseguiu transformar o Brasil de importador a
exportador de petróleo, ainda que enfrente volatilidade'.

Para o economista turco, no cargo desde 2015, o
mundo está no meio de sua primeira crise de energia
global.

'No passado, tivemos crises do petróleo, nos anos 1970,
mas era só petróleo. Agora temos uma crise do
petróleo, do gás natural e do carvão. É uma crise maior',
apontou, citando a Guerra da Ucrânia.

'A Rússia, há poucas semanas, era a maior exportadora
de petróleo do mundo e a maior de gás natural, além de
ser um ator importante no mercado de carvão. Com a
queda do fornecimento russo, há um grande aumento
de preços. '

Nesse cenário, os preços do produto devem continuar a
subir e pressionar a inflação. 'Exceto no caso de alguma
surpresa como algum país do Oriente Médio elevar a
produção, devemos ainda ter alta de preços e
volatilidade no mercado por algum tempo', afirmou,
apontando que no verão setentrional (a partir do fim de
junho) a demanda deve aumentar com o período de
férias e viagens no hemisfério Norte.

'Minha preocupação é que com o aumento do preço do
petróleo, do gás e da comida terem os alta da inflação,
e algumas economias podem entrar em recessão'

Birol vê três possibilidade de o cenário mais sombrio
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