Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-25)

(Antfer) #1

Varíola dos macacos


Banco Central do Brasil

Jornal Folha de S. Paulo/Nacional - Saúde
quarta-feira, 25 de maio de 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Esper Kallás


Aconteceu com um brasileiro de 26 anos, que chegou à
Bavária, na Alemanha, depois de passar por Portugal e
Espanha. A presença de vesículas na pele levantou a
suspeita de ser um caso da varíola do macaco.
Autoridades alemãs confirmaram se tratar do primeiro
caso da doença naquele país. Com este, já são 15 os
países que registram ao menos um caso, até a
conclusão deste texto.


Ainda vivendo os rescaldos da pandemia de Covid-19,
surge uma nova ameaça de doença transmissível, que
vem chamando a atenção da mídia internacional. Em
inglês: 'monkeypox'.


Embora tenha recebido o nome quando foi identificado
em macacos importados da África para a Dinamarca,
em 1958, o vírus causador da doença vive comumente
em roedores silvestres e é, ocasionalmente, transmitido
para macacos e humanos, por contato direto da pele
com as bolhas ou crostas. A transmissão pode também
ocorrer pelo sistema respiratório ou contato direto.


A doença assusta pela apresentação. Lesões de pele,
com vesículas purulentas espalhadas pelo corpo, que
podem durar semanas e deixar cicatrizes. Inflamação de
nódulos linfáticos, dores de cabeça e nos músculos,
febre e calafrios podem fazer parte do quadro. Alguns
podem ter comprometimento de órgãos e a morte,
felizmente incomum, pode ocorrer, principalmente se
acometidas crianças abaixo de 5 anos, grávidas e
pessoas com defeitos no sistema de defesa.

Só é possível confirmar que uma pessoa tem o vírus
com testes que detectam seu material genético,
particularmente nas vesículas que surgem na pele. Há
testes de sangue, mas são, por enquanto, imprecisos.

Ao menos para a varíola do macaco, não se parte de
uma situação absolutamente inesperada, como foi com
a Covid-19. O vírus já é conhecido há décadas, pois o
primeiro caso humano foi reconhecido em 1970. Já se
sabe que a vacina para varíola, que deixou de ser
usada no fim dos anos 70 com a erradicação, confere
boa proteção, de aproximadamente 85%, além de tornar
mais branda a doença, caso ocorra em vacinados.

Também há remédios que combatem o vírus. Dois
antivirais -cidofovir etecovirimat- já possuem aprovação
para uso, embora seu acesso seja bastante limitado.
Outra vez, será preciso cooperação internacional para
tornar as medicações disponíveis para as áreas onde
estão ocorrendo os casos.

Esta é apenas mais uma no rol das denominadas
'doenças negligenciadas' Há mais de mil casos
relatados todos os anos, concentrados em países do
Centro-Leste Africano, onde é considerada endêmica.
Poucos deram importância a ela, pois é restrita a locais
muito pobres, longe dos grandes centros econômicos e
turísticos.

Foi só após a ocorrência de cem casos confirmados,
além de cem outros suspeitos, na Europa e Estados
Unidos, que a doença despertou preocupação mundial.
Entretanto, esta é uma doença com potencial
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