Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-25)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Jornal Folha de S. Paulo/Nacional - Ilustrada
quarta-feira, 25 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Produto Interno Bruto

de vários filmes, incluindo 'Hitler' feito para este jornal
em 1988. Premiada com o Leão de Ouro em Cannes,
na França, a peça foi a única brasileira numa lista de 40
finalistas ao melhor comercial do século passado em
uma seleção da revista britânica Shots, especializada
em publicidade.


O filme parte de um ponto de uma foto granulada em
preto e branco, enquanto a figura de Hitler se constrói
aos poucos, na tela. Em off, antes que a imagem
denuncie a identidade do ditador, o locutor informa que
aquele personagem reduziu o desemprego, fez o
Produto Interno Bruto crescer, amava a música e a
pintura.


Quando o rosto surge por inteiro, a narração finaliza -'é
possível contar um monte de mentiras dizendo só a
verdade'. 'Por isso, é preciso tomar muito cuidado com a
informação e o jornal que você recebe. Folha de S.
Paulo -o jornal que mais se compra e nunca se vende. '


A série mergulha ainda na campanha do 'garoto
Bombril', protagonizada por Carlos Moreno por mais de
30 anos, que marca presença no 'Guinness', o livro dos
recordes, como a mais longa produção publicitária
encabeçada pela mesma equipe.


Diretor dos filmes, que somaram uma série de mais de
70 peças, o cineasta Fernando Meirelles abre outro
ponto relevante do documentário. Ele lembra que a
produção publicitária num país onde a televisão mal
recorria a produtoras independentes e o cinema
caminhava a duras penas foi o berço de vários
profissionais que hoje têm reconhecimento internacional
pela sétima arte, como é o caso dele.


A série expõe episódios da relação com a censura,
revelando que anúncios de anticoncepcionais eram
proibidos na TV. Olivetto conta como um filme daJontex
mostrava uma mulher desenrolando a meia-calça na
perna, em alusão ao preservativo. Ficou três semanas
em cartaz só nos cinemas e foi suspensa.


Já a longa invisibilidade de negros nos comerciais é
notada pelo documentário primeiramente por Sebastian,


o garoto-gropaganda da campanha 'Abusee Use C&A',
que rompeu barreiras para estar em cena como
protagonista. A inclusão racial, e também de
representantes LGBTQIA*+, é tratada nos dois últimos
episódios, refletindo a evolução do tema nas duas
últimas décadas. Da mesma for ma, a série nos lembra
produções megalômanas anunciando cigarros, algo que
se tornou proibido no Brasil em 2000.

Questionado se os algoritmos criados a partir da
revolução trazida pela internet mais ajudam do que
atrapalham, Tikhomiroff é enfático ao lembrar que o
advento deles deve ser interpretado pela mente
humana.

'Algoritmo funciona, mas tem que levar muita coisa em
consideração, como eram as pesquisas de antigamente.
Eu ainda confio muito mais na intuição. A intuição,
historicamente, sempre foi o que mais funcionou em
entretenimento. Existe até um estudo nos Estados
Unidos sobre isso - 90% dos grandes sucessos de
séries americanas foram de produções recusadas no
mínimo cinco vezes, por análises frias e técnicas, com
aquela famosa frase 'isso não funciona. Ninguém pode
dizer isso'

Os episódios ouvem ainda Luiz Fernando Guimarães
(que protagonizou memoráveis campanhas para a
Caixa Econômica Federal e para as Havaianas), José
Valien, o baixinho da Kaiser, e Silvio de Abreu, hoje
renomado executivo de dramaturgia da própria HBO,
que era, veja só, o ator dos comerciais que lançaram o
leão do IR.

30 Segundos Brasil, 2022. Direção: João Daniel
Tikhomirof. Disponível na HBO Max

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
Produto Interno Bruto
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