Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-26)

(Antfer) #1

KLEBER MEIRA - Brasil tem de voar mais


Banco Central do Brasil

Jornal O Globo/Nacional - Opinião
quinta-feira, 26 de maio de 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: KLEBER MEIRA


Precisamos fazer os brasileiros voarem mais. Há um
ciclo com relação direta entre o volume de passageiros
e a quantidade de voos e destinos. Quanto mais
usuários optam pelo transporte aéreo, maior a taxa de
ocupação nas aeronaves, maior a demanda por novos
voos, mais atratividade para as companhias e,
consequentemente, mais opções e menores custos para
os passageiros.


O mercado de aviação no Brasil dá claros sinais de
crescimento após dois anos de pandemia. Os principais
operadores aeroportuários do mundo - como Aena,
CCR, Changi, Fraport, Inframerica, Vinci e Zurich -já
operam no Brasil. Aproximadamente R$ 30 bilhões
foram investidos na última década para reformar e
ampliar os principais aeroportos. Temos uma
infraestrutura pronta e instalada para triplicar de
tamanho num estalar de dedos.


A aviação é hoje peça central para aumentar a
conectividade do Brasil, melhorar ainda mais a
transferência de cargas, fazer crescer o ecommerce e,


principalmente, aumentar o turismo doméstico. Em
2019, antes da pandemia, 95 milhões de passageiros
eram transportados anualmente. O número caiu para
62, 5 milhões em 2021 e, hoje, temos o desafio de
novamente fazer esse volume crescer.

No Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, onde
temos capacidade para receber 32 milhões de
passageiros, saímos de uma movimentação de 11, 3
milhões de pessoas, em 2019, para 4, 8 milhões, em
2020 e 7 milhões em 2021. Para este ano, a expectativa
é alcançar os 10 milhões. Em Minas Gerais e em todo o
país, temos um amplo espaço a explorar. Segundo a
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), quem voa
atualmente são as classes A e B. Em 2019, o brasileiro
voou o equivalente a 0, 48 vez por ano. Nos Estados
Unidos, esse número chegou a 2, 6 viagens por ano. Há
plena condição de crescer, de elevar a demanda e
também a oferta de destinos.

No Brasil, porém, contamos apenas com quatro
empresas de aviação comercial, enquanto na Europa
são mais de 20. Há mais aéreas em operação na
Argentina e na Colômbia que no Brasil. E inacreditável,
mas ainda não contamos com empresas low cost, de
baixo custo. Países com quase o mesmo território,
como a Austrália, têm quatro vezes mais companhias
aéreas que o Brasil. Nações bem menores e com quase
o mesmo número de habitantes, como a Indonésia, têm
o dobro.

É fundamental destravar as amarras. O país precisa
enfrentar as questões regulatórias, a tributação sobre o
querosene de aviação e a insegurança jurídica.
Apoiamos um mercado competitivo, com a entrada de
empresas low cost, que fomentem o setor e contribuam
para a expansão da malha aérea e para a redução dos
preços. Queremos conectar mais destinos e pessoas de
uma ponta a outra, encurtar as distâncias e ter um setor
aeroportuário mais forte e participativo na economia.

"A aviação é hoje peça central para aumentar a
conectividade do Brasil, melhorar ainda mais a
Free download pdf