Governo quer conselheira do BB na Petrobras
Banco Central do BrasilJornal O Globo/Nacional - Economia
quinta-feira, 26 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Paulo GuedesClique aqui para abrir a imagemAutor: GERALDA DOCA E BRUNO ROSA
As mudanças nas 'peças do tabuleiro' da Petrobras,
como prometeu Jair Bolsonaro, não devem se restringir
ao comando da estatal. O governo pretende indicar Iêda
Aparecida de Moura Cagni para ocupar uma das vagas
no Conselho de Administração da petroleira, como
antecipou o colunista do GLOBO Lauro Jardim em seu
blog. Atualmente, ela é presidente do conselho do
Banco do Brasil. A proposta é mudar todos os seis
nomes que a União tem no colegiado. Têda preside o
conselho do BB desde maio de 2021, quando Bolsonaro
passou o comando do banco para Fausto Ribeiro. Ela
assumiu o colegiado no lugar do executivo do mercado
Hélio Magalhães. E considerada uma defensora do
empreendedorismo feminino. Iêda é procuradora da
Fazenda Nacional, formada em Direito, com
especialização em Direito e Administração Pública.
Atuou na área administrativa da Procuradoria-Geral da
Fazenda Nacional (PFGN) e da Advocacia-Geral da
União (AGU). Antes de entrar em 2013 na carreira
pública, atuava como advogada nas áreas imobiliária,
de condomínio e planos de saúde.
Ela também participou dos conselhos fiscais da Valec
Engenharia e da BB Gestão de Recursos, e dos
conselhos do Serviço de Processamento de Dados
(Serpro) e da Empresa Baiana de Água e Saneamento
(Embasa). Entretanto, não passou por conselhos de
empresas de energia ou petróleo.Ontem, em uma reunião que durou cerca de dez horas,
o Conselho da Petrobras decidiu que ainda vai se reunir
novamente para discutir a data da assembleia de
acionistas que analisará a indicação de Caio Paes de
Andrade para presidir a empresa. Os integrantes do
colegiado informaram que o nome dele será submetido
ao processo de governança interna. Para isso, explicou
a estatal, será 'observada a Política de Indicação de
Membros da Alta Administração, para a análise dos
requisitos legais e de gestão e integridade e posterior
manifestação do Comitê de Pessoas'No mês passado, um decreto de Bolsonaro mudou a
sistemática de convocação de assembleia. É necessário
incluir a análise do Comitê de Pessoas para convocar o
encontro de acionistas.Levando em conta os prazos necessários para
convocação, isso significa que a incerteza sobre o
comando da petroleira seguirá até julho. O Comitê de
Pessoas vai analisar o nome de Paes de Andrade assim
que o Ministério de Minas e Energia enviar as
informações solicitadas para avaliação. TROCANA
DIRETORIA ADIANTE Especialistas avaliam que a
indicação do executivo, que é próximo dos ministros da
Economia, Paulo Guedes, e de Minas e Energia, Adolfo
Sachsida, pode parar na Justiça, pois ele não
preencheria todos os requisitos para o comando da
empresa, de acordo com as disposições da Lei das
Estatais. Ele foi secretário de Desburocratização.Em nota, a Petrobras informou que a destituição de
Coelho do cargo de presidente da empresa, 'caso
aprovada na assembleia', vai 'acarretar a destituição
dos demais membros do Conselho eleitos' pelo
processo de voto múltiplo, em abril deste ano.