Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-26)

(Antfer) #1
Servidores recorrem a 'assediômetro' e relatam em livro perseguição
sofrida em órgãos públicos

Banco Central do Brasil

Jornal Folha de S. Paulo/Nacional - Política
quinta-feira, 26 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Ipea

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Tatiana Cavalcanti


O servidor público concursado Vitor Sarno, 54, afirma
que teve sua depressão agravada após sofrer assédio
institucional. Economista, ele atuava como analista
ambiental do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) até
fevereiro deste ano, quando foi demitido num processo
que considera injusto.


Sarno apresentou queixa em canal de servidores do
Iba-ma e ao assediômetro, ferramenta criada em 2019
para reunir denúncias contra assédio institucional no
setor público que teriam ocorrido no governo de Jair
Bolsonaro (PL).


Hospedada no site da Arca (Articulação Nacional das
Carreiras Públicas para o Desenvolvimento
Sustentável), entidade sem fins lucrativos, a plataforma
já reuniu 1.200 relatos anônimos até maio.


A partir desses medos, inquietações e angústias de


servidores públicos de vários setores, como Sarno, uma
coletânea de textos foi reunida na obra "Assédio
Institucional no Brasil: Avanço do Autoritarismo e
Desconstrução do Estado' (Edueçb), lançada no início
deste mes.

O livro-denúncia, como o define o prefácio, reúne
artigos de servidores públicos, professores,
pesquisadores, advogados, promotores, an-tropologos e
gestores culturais, entre outros, contando histórias de
perseguição dentro de órgãos públicos.

São 806 páginas, divididas em 20 capítulos, de textos
de profissionais como os juristas Deborah Duprat e Con-
rado Hübner Mendes (colunista da Folha), e também de
professores universitários co -mo Gabriela Spanghero
Lotta, pesquisadora de administração pública e governo
da FGV (Fundação Getulio Vargas), e Carla Teixeira,
antropóloga da UnB (Universidade de Brasília), entre
outros.

Dois dos capítulos trazem entrevistas com servidores
públicos de vários setores, na condição de anonimato, e
o assédio institucional é um diagnóstico comum na
maioria dos relatos, de acordo com José Celso Cardoso
Jr., presidente da Afipea (Associação dos Funcionários
do Ipea).

O sigilo dos nomes e do local do trabalho acontecem,
afirma Cardoso, para proteger a saúde física e
psicológica dos servidores. Os anônimos narraram
perseguições, ameaças, demissões e processos
administrativos, que teriam acontecido de forma
arbitrária, em especial a partir de 2019.

'Esse assédio, assim como o moral, é um conjunto de
ameaças, agressões e constrangimentos. É a
deslegitimação do servidor público em processo
deliberado e consciente do governo de Jair Bolsonaro'.
É assim que Cardoso, um dos organizadores dos textos
do livro, define a atual situação do serviço púbico no
Free download pdf