Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-26)

(Antfer) #1

Alemanha já aponta cansaço no Ocidente com o conflito


Banco Central do Brasil

Jornal Folha de S. Paulo/Nacional - Mundo
quinta-feira, 26 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Davos

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Autor: Igor Gielow


SÃO PAULO A ministra das Relações Exteriores da
Alemanha, Annalena Baerbock, disse nesta quarta-feira
(25) que o Ocidente está cansado da Guerra na
Ucrânia. 'Chegamos a um momento de fadiga', afirmou
ela em uma reunião do Conselho do Mar Báltico em
Kristiansand, na Noruega. Ela citou o aumento no preço
da energia e dos alimentos como motivo para tal
cansaço, reforçando na sequência que é exatamente
isso que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, quer
com o conflito iniciado há três meses. 'Por isso é
importante apoiar a Ucrânia', disse ela. A ministra
contemporizou ao fim, mas engrossou um raciocínio que
tem ganho tração no Ocidentes acerca do impacto
global do conflito. No Fórum Econômico de Davos, na
Suíça, o ex-secretário de Estado (EUA Henry Kissinger
disse que Kiev deveria ceder as terras ocupadas por
Putin e se declarar neutra. A posição alemã pode ser
ainda mais incisiva, caso seja real o relato do editor de
assuntos diplomáticos do jornal britânico The Guardian.


Segundo ele, numa conversa com jornalistas, o premiê
Olaf Scholz disse não acreditar numa vitória ucraniana e


que seu país apoiará Kiev até que Putin anuncie a
conclusão de seus objetivos. Scholz está na África, e a
chancelaria alemã não comentou o caso.

A percepção de que Moscou está em posição de
vantagem vem dos combates em Severo donestk e dos
crescentes apelos em Kiev sobre a situação do
Donbass, no leste ucraniano, palco de uma guerra civil
desde 2014.

A cidade é vital para a tomada da região de Lugansk e
assim posicionar os russos no avanço sobre a área
remanescente de Donetsk sob controle ucraniano. As
duas províncias compõem o Donbass.

Se o russo for bem-sucedido, não terá derrubado o
governo de Vladimir Zelenski, como tentou deforma
atabalhoada no complexo e insuficiente em forças
ataque inicial da guerra, mas poderá colher uma vitória
importante.

No caso, a Ucrânia está basicamente alijada de sua
pretensão de aderir à aliança militar Otan, e o Donbass
estará ligado à Crimeia anexada em 2014 pela área que
já foi ocupada por Putin ao sul, centrada na província de
Kherson.

Zelenski, por óbvio, descarta a hipótese e diz que quer
se encontrar com Putin para discutir a paz quando os
russos suspenderem a guerra e se retirarem. Isso não é
uma força para o pressionado chefe do Kremlin, por
significar quase uma abdicação a essa altura.

Berlim também pode apontar assim uma ponte dourada
de saída no cerco mundial ao presidente russo, para
usar a imagem do filósofo chinês Sun Tzuno clássico 'A
Arte da Guerra' (século 4º a. C. ).

Ele não deverá ser lido assim de forma unânime, claro.
Além da Ucrânia, membros mais assertivos da Otan,
como EUA, Reino Unido e os países do Leste Europeu,
que temem Putin, vão destacar o fato de que ao fim a
Alemanha não está querendo se associar às crescentes
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