Reajuste a funcionalismo, só linear e de até 5%, diz Guedes
Banco Central do BrasilJornal Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
quinta-feira, 26 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - DavosClique aqui para abrir a imagemAutor: Luciana Coelho
DAVOS - Com a decisão sobre reajustes do
funcionalismo público adiada na semana passada, o
ministro Paulo Guedes (Economia) disse nesta quarta
(25) em Davos que o aumento de 5% para o
funcionalismo público federal é o único possível e
factível dentro do atual Orçamento. Não é comesse
cenário, porém, que o governo vinha trabalhando.
'O presidente gostaria de dar aumento aos policiais mas
não pode, é visto como aliciamento' afirmou Guedes a
jornalistas durante o encontro do Fórum Econômico
Mundial em Davos, do qual participa.
Sobre Jair Bolsonaro (PL) querer aumento diferenciado
a carreiras policiais -Polícia Federal, PRF (Polícia
Rodoviária Federal) e Depen (Departamento
Penitenciário)- evocou a pressão dos servidores por
mais.
'Você pode até dar alguma coisa, mas esquece o que
ficou para trás. Você acha que na Alemanha, nos
Estados Unidos... Perdas acontecem. Todo mundo
perdeu no mundo inteiro. Daqui para a frente é preciso
manter? A inflação acumulada neste ano é de 5% até
agora. É possível repor o funcionalismo deste ano? Sim,
é possível, até 5% dá. É por lei, em ano eleitoral você
só pode dar até a inflação e linear'Os servidores vêm pressionando o Planalto por um
reajuste que recupere a inflação, e Bolsonaro tem
alternado acenos e recuos, sobretudo para as carreiras
policiais.Com o impasse, o governo parcelou o corte no
Orçamento, reservando R$ 9, 9 bilhões até a sexta-feira
(20) e deixando para fazer em julho um bloqueio
adicional de cerca de R$ 5 bilhões para acomodar uma
recomposição de 5% a todos os servidores mais um
aumento diferenciado para categorias policiais.Guedes falou na manhã desta quarta a um pequeno
grupo de representantes governamentais e empresários
das Américas e da Ásia-Pacífico em encontro para
debater a relação comercial das duas regiões.O representante da Indonésia, país que hoje preside o
G20, mostrou interesse em estreitar laços, sobretudo
em soluções para a crise climática e o mercado de
crédito de carbono.Guedes tem repetido que os países desenvolvidos
deveriam pagar pela manutenção das florestas tropicais,
dada a dificuldade de monitoramento.A medida, se concretizada, beneficiaria os dois países,
do nos das maiores florestas do tipo no mundo. O
ministro se reúne nesta terça com outro interessado na
ideia: o presidente da Colômbia, Iván Duque, cujo
governo está prestes a terminar.No fim da tarde desta quarta, Guedes se reuniria com
os ministros da Economia e de Investimentos da Arábia
Saudita, terceiro maior produtor de petróleo do mundo.