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Banco Central do BrasilJornal O Globo/Nacional - Política
sexta-feira, 27 de maio de 2022
Cenário Político-Econômico - Destaques Jornais
NacionaisClique aqui para abrir a imagemAutor: BERNARDO MELLO, LUCAS MATHIAS,
BIANCA GOMES E SÉRGIO ROXO
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue na
liderança da corrida pela Presidência da República e
venceria no primeiro turno, de acordo com pesquisa
Datafolha divulgada ontem. Além da dianteira com 21
pontos percentuais de vantagem sobre Jair Bolsonaro
(PL), o petista colheu outro número importante na
pesquisa de ontem: Lula alcançou 54% das intenções
de votos válidos -excluídos brancos e nulos-, o que
dispensaria a necessidade de um segundo turno caso a
eleição acontecesse hoje. Seria a primeira vez que isso
aconteceria desde 1998, quando Fernando Henrique
Cardoso (PSDB) foi eleito na primeira etapa.
Esta é a primeira pesquisa nacional divulgada pelo
instituto após as retiradas das pré-candidaturas do ex-
ministro Sergio Moro (União), em abril, e do ex-
governador de São Paulo João Doria (PSDB), no início
desta semana. A saída do tucano da disputa pelo
Palácio do Planalto abriu o caminho para a senadora
Simone Tebet (MDB-MS) como representante da
chamada terceira via - grupo que tenta, assim como
Ciro Gomes (PDT), rompera polarização entre Lula e
Bolsonaro. Ela não saiu de 2%, o que deve aumentar a
pressão sobre sua aliança.Nas simulações de segundo turno, o cenário segue
preocupante para o presidente Bolsonaro. Ele perderia
por 25 pontos para Lula, margem maior que na
pesquisa de março, e também é batido na simulação
contra Ciro Gomes.LÍDER DE REJEIÇÃO Bolsonaro segue com o maior
índice de rejeição, de 54%, seguido por Lula, com 33%.
O ex-governador cearense Ciro Gomes (PDT) vem na
sequência, com 19%. Na pesquisa anterior, de março,
55% dos eleitores afirmavam que não votariam no atual
presidente de jeito nenhum. No mesmo levantamento,
Lula tinha 37%.Bolsonaro vem enfrentando forte desgaste pela alta da
inflação, puxada pelos preços dos alimentos e dos
combustíveis. Apesar de atribuir a inflação a uma
'questão mundial', ele trocou pela terceira vez o
presidente da Petrobras, na última segunda-feira, na
tentativa de segurar o valor da gasolina.Diante de sua impopularidade, o presidente tem focado
em sua base mais radical, fazendo acenos como a
concessão de indulto ao deputado Daniel Silveira
(PTBRJ), livrando-o da condenação pelo Supremo
Tribunal Federal (STF) a 8 anos e 9 meses de prisão
por ataques e incitação à violência contra ministros da
Corte. Bolsonaro também tem insistido em contestar,
sem provas, alisurado processo eleitoral, o que não tem
lhe rendido crescimento. Havia a expectativa de que a
saída de Moro, seu ex-ministro, pudesse representar
uma subida nas intenções de voto, mas isso não
ocorreu.Já Lula ratificou sua liderança de pesquisas anteriores
aproveitando um momento em que colheu grande
exposição pública nas últimas semanas. No último dia 7,
o ex-presidente fez o lançamento formal de sua pré-
candidatura, aliado ao ex-tucano Geraldo Alckmin.