Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-27)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Jornal O Globo/Nacional - Política
sexta-feira, 27 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Não. Entendo que o Congresso definiu orito que cabe a
ele definir. Iniciativas podem ser tomadas para
aumentar o nível de confiança (do sistema). Quando o
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) convida as Forças
Armadas para analisar em conjunto o processo, isso é
bom e saudável. As Forças Armadas disponibilizam o
que têm de melhor na área de guerras eletrônica e
cibernética e fazem sugestões. Seria muito bom que
essas sugestões fossem levadas em consideração,
acatadas ou não. E que tivesse de forma transparente
quais seriam acatadas, quais não e por quê.


Isso tem sido feito pelo TSE...


O tribunal teve a iniciativa e depois deu um passo para
trás. Agiu de uma maneira muito refratária.


Houve uma série de testes e, até hoje, nunca se provou
que o sistema possa ser violado. O senhor confia na
urna?


Eu confio. Mas, como todo processo, ele pode ser
aprimorado. Se há uma desconfiança que é de uma
parcelada sociedade, e isso vem sendo reverberado de
alguma forma, cabe ao TSE mostrar que o sistema é
seguro. Não existe sistema inviolável e nada que não
possa ser aperfeiçoado. É um gesto de humildade ouvir
e analisar propostas que sejam eventualmente feitas.
Falta um gesto para que todos tenham essa mesma
confiança que a Justiça têm (na urna). Ela não
conseguiu comunicar isso de uma forma adequada para
uma parcela da sociedade.


O presidente tem dito que o sistema tem favorecido o
ex-presidente Lula. Se Bolsonaro perder a eleição, ele
passa a faixa tranquilamente?


Passa. O presidente é um democrata e é um produto da
democracia, ele se elegeu por meio da democracia.


O senhor já serviu ao governo Dilma Rousseff, como
diretor do DNIT, mas fez muitas críticas ao governo do
PT. O que mudou de lá para cá?


Até porque eu participei do governo (Dilma Rousseff),


tenho legitimidade para fazer críticas. Vi de perto o que
deu errado. Foi um governo bastante ruim, o que eu fiz
ali foi exercer o meu papel técnico na direção do DNIT,
eu entrei como interventor. Eu era um auditor chamado
a assumir um órgão depois de operações da Polícia
Federal.

O senhor é elogiado por parte do setor privado pelas
entregas de leilões de infraestrutura, mas o investimento
no setor caiu no governo Bolsonaro e chegou a 1, 57%
do PIB no ano passado, mínima histórica, já
considerando investimentos privados. O que faltou?
Estamos com três anos e meio de governo e durante
dois anos enfrentamos a pandemia. Houve uma
emergência, e o governo teve de dar atenção à
emergência. Quando se pensa em infraestrutura, temos
de mirar no longo prazo. Neste período de governo se
plantou muito, leva um tempo para colher. De 2019 até
aqui foram feitos 144 leilões, um número muito razoável,
e foram contratados R$ 848 bilhões de investimentos.
Isso vai começar a sair do papel em três anos. Mas,
mesmo contando com tudo isso, os especialistas dizem
que não é suficiente para que o Brasil sequer atinja a
taxa de reposição da infraestrutura, não daria nem para
manter o que o país já tem.

Estamos dando os primeiros passos. Fizemos uma
grande contratação de projetos. Em um período de
quatro anos com dois de pandemia, é muito
significativo. Há ainda um fator estrutural. Quando se
falava de razões do baixo crescimento do Brasil,
mencionavam falta de reforma da Previdência, reforma
trabalhista, falta de saneamento básico. Algumas
alavancas foram mexidas e outras estão na pauta, como
a reforma tributária.

Em São Paulo, a desestatização do Porto de Santos e o
leilão de Congonhas têm chances de não sair neste
ano.

Congonhas vai sair, certeza. O porto de Santos tem um
quê de ineditismo. Em Santos, a gente venceu etapas
fundamentais como a de consulta pública, sem grandes
problemas. O processo está apto para ir para o TCU e
há muito interesse de fundos pelo ativo.
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