reportagem | Opala x cruze stOck car
papéis invertidos:
Daniel guiou o
Opalão e chico,
a bolha do cruze
serras aceleram Macacões e capa-
cetes vestidos, lá partiram os Serra
para duas voltas no circuito. Nosso
fotógrafo, Fernando Pires, acompa-
nhou tudo bem de perto num carro
de apoio, a fim de registrar as ima-
gens que ilustram esta reportagem.
Em alguns momentos, pediu que os
pilotos se aproximassem o máximo
que pudessem da câmera. Enquanto
Chico, no Stock atual, manobrava
com confiança, Daniel hesitava.
Ao fim da experiência, Serra filho
explicou: “Em alguns momentos,
parecia que os freios não iriam fun-
cionar. A resposta é muito mais len-
ta, assim como a da direção. É difícil
de acostumar”. E seguiu: “O câmbio
também é bem longo, então é tudo
muito diferente”. Mas há algo do qual
ele gostou mais em relação ao Stock
atual: “A posição de dirigir é mais
alta, então a visibilidade é melhor”.
Chico, que pilotou profissional-
mente os dois carros, concordou com
as observações do filho: “Não tem
comparação o quanto as respostas
desse carro [apontando para a bolha
do Cruze] são mais diretas e precisas.
E também mais rápidas. A aderência
é muito maior”, resumiu. Perguntado
sobre qual carro é o mais divertido de
pilotar numa corrida, Serra pai dei-
xou a nostalgia de lado e foi enfático:
“O atual, sem dúvida nenhuma”.
Mas coube a Serra filho fazer a pon-
deração final: “Hoje, a gente acha al-
gumas soluções deste carro [o Opala]
estranhas, mas na época ele tinha o
que de mais moderno era possível
colocar num carro de corridas brasi-
leiro. Com esse outro vai ser a mes-
ma coisa. Agora ele é considerado
moderno, mas, daqui a 30, 40 anos,
quem pilotá-lo talvez vá sentir uma
estranheza semelhante à que eu sen-
ti hoje com o Opala. É um ciclo”.
Daniel tem razão: o relógio é ine-
xorável para todos. Mas é preciso
reconhecer o brilho de quem soube
fazer história a seu tempo.