Quatro Rodas - Edição 726 (2019-10)

(Antfer) #1

88 quatro rodas outubro


clássicos | FORD GALAXIE 500


P


rimeira indústria automobilís-


tica instalada no país, a Ford


Motor Company Brasil Ltda.


iniciou suas atividades há pouco


mais de 100 anos, dedicando-se à


montagem de veículos importados


em kits. Foram necessários quase


50 anos de operação para que o fa-


bricante de Dearborn oferecesse seu


primeiro automóvel nacional: o im-


ponente Galaxie 500.


A ideia só amadureceu no governo


Juscelino Kubitschek, em 1956, com


o Grupo Executivo da Indústria Auto-


mobilística (Geia). Em 1958, a Ford


fundia seu primeiro motor V8, em


Osasco (SP), e pouco tempo depois


apresentou o projeto de nacionaliza-


ção do modelo Custom 300 1959, que


só não prosperou devido a uma série


de entraves burocráticos do Geia.


O alinhamento ideológico e a sim-


patia do governo militar por investi-


mentos estrangeiros viabilizaram a


ral John C. Goulden. Entre as autori-


dades civis e militares, destacou-se o


governador Abreu Sodré ao volante


de um Galaxie 500 bege Terra.


Foi o primeiro automóvel nacional


a oferecer o conforto da direção hi-


dráulica: por trás do enorme volante


estava o charmoso velocímetro em


escala horizontal e a alavanca do


câmbio de três marchas. Os V8 de 4,6


litros e 164 cv impulsionava bem seus


1.780 kg, contidos por freios assisti-


dos a tambor nas quatro rodas, sem-


pre pintadas na cor da carroceria.


Além do bege Terra, havia mais sete


tonalidades: vermelho Marte, verde


Netuno, preto Sideral, cinza Cósmico,


azul Infinito, azul Ágena e branco


Glacial. Conhecida como “saia e blu-


sa”, a opção da pintura em dois tons


trazia a capota sempre pintada de


branco Glacial. No lugar das peque-


nas calotas centrais, havia a opção de


calotas integrais de alumínio polido.


produção nacional do Galaxie 500. A


primeira aparição oficial do novo


Ford ocorreu no longínquo 26 de no-


vembro de 1966, data em que o mare-


chal Castelo Branco conduziu oficial-


mente a abertura do 5º Salão do


Automóvel de São Paulo.


Nenhum lançamento foi tão im-


portante: tanto o Chrysler Esplanada


quanto o Willys Itamaraty Executivo


eram variações requentadas de pro-


jetos defasados. Com 5,33 metros de


comprimento, 2 metros de largura e


3 metros de entre-eixos, o Galaxie


500 foi um choque imensurável em


um público acostumado à escola


europeia representada por VW


Fusca e Willys Gordini.


Com índice de nacionalização aci-


ma dos 97%, o primeiro Galaxie 500


deixou a fábrica paulistana do bairro


do Ipiranga em 16 de fevereiro de


1967, poucos dias antes da cerimônia


oficial, apresentada pelo gerente ge-


Maior carro já feito no Brasil, o Galaxie 500 continua sendo referência em conforto e


rodar suave, 40 anos após o fim de sua produção - Por FELIpE bItu | fotos ChRIstIAn CAstAnhO


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