Quatro Rodas - Edição 726 (2019-10)

(Antfer) #1

92 quatro rodas outubro


auto-serviço | reportagem


BOMBA NO TANQUE


Aprenda os truques para fugir dos postos com combustível adulterado


e não ter problemas com seu carro – Por fernando miragaya | FoTo reinaLdo Canato


C


ombustível adulterado é uma


assombração para o motorista


brasileiro. Tem sempre aquela


pontinha de desconfiança se o que


você pôs no tanque segue as especifi-


cações exigidas por lei. O bom é que o


carro dá sinais se o produto é ruim ou


não. Basta ficar atento aos sintomas.


A primeira recomendação é medir


o consumo, válida para todo tipo de


combustível. Sempre que abastecer


o carro, zere o computador de bor-


do e observe a média em km/l que


seu carro costuma fazer. Na próxima


parada, em outro posto, repita o pro-


cedimento. Se você manteve a rotina


dos trajetos do dia a dia e registrou


diferença entre 15% e 20% a mais no


consumo, desconfie. No caso de uso


de gasolina, é um forte indício de que


ela estava com etanol a mais. Por lei,


a gasolina pode ter até 27% de etanol


anidro na composição. Mas alguns


postos vendem o produto com álcool


acima do permitido – há registros de


fraude com mais de 70% de etanol!


“O ideal é deixar o nível de com-


bustível o mais perto da reserva,


completar, zerar o sistema e acompa-


nhar o consumo médio do carro. Em


caso de mais etanol, o próprio moto-


rista consegue identificar variações


grosseiras na média no simples tra-


jeto casa–trabalho”, explica o enge-


nheiro Erwin Franieck, da SAE Brasil.


engasgos


A mistura maior de álcool pode pro-


vocar falhas na partida nos motores a


gasolina. Já nos flex, não implica em


problemas mecânicos, apenas para o


bolso. Mas o uso de solventes para fa-


zer a gasolina render mais é frequente


e ataca diferentes componentes do


carro. “Os solventes mais comuns


são os de borracha, que danificam


principalmente as vedações, gerando


desgaste e até quebra das peças em-


borrachadas. Além de afetar outros


componentes”, alerta Franieck.


Por isso, cheque regularmente


se há vazamentos, que podem ser


provocados pelo ressecamento pre-


maturo das mangueiras, mas tam-


bém fique atento ao desempenho do


motor. Engasgos nas marchas mais


baixas e demora na resposta ao acele-


rador, principalmente nas retomadas,


podem ser indícios de gasolina bati-


zada. É que as substâncias estranhas

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