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(Antfer) #1

SEU PAÍS - O azar é nosso


Banco Central do Brasil

Revista Carta Capital/Nacional - Seu País
sexta-feira, 27 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Ministério da Economia

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Autor: MAURÍCIO THUSWOHL

Nós podemos ser protagonistas e fazer com que a Baía
de Angra seja uma nova Cancún. Temos potencial
enorme ali. Do que nós dependemos para começar a
tirar esse sonho do papel?” Verbalizada por Jair
Bolsonaro há exatos três anos, ainda no primeiro
semestre de seu governo, a intenção de legalizar os
cassinos e outros estabelecimentos para a exploração
de jogos de azar no Brasil depende agora apenas do
Senado para se tornar realidade. Caberá ao presidente
da casa, Rodrigo Pacheco, estabelecer o trâmite para
que seja apreciado o projeto de lei, aprovado na
Câmara, que prevê a abertura de até 6 mil cassinos,
bingos e pontos de jogo do bicho em todo o País. Trata-
se de um mercado que, segundo seus defensores,
movimentará 40 bilhões de reais a cada ano. Mas a
quem interessa a legalização? Quando fala “nós”, a
quais “protagonistas” Bolsonaro se refere?

Na análise de parlamentares e especialistas ouvidos por
CartaCapital, o projeto aprovado em fevereiro pelos
deputados carece de garantias para vedar a
participação do crime organizado em um eventual
mercado legal dos jogos. A preocupação aumenta com
a lembrança da malsucedida experiência de legalização
dos bingos, realizada nos anos 1990 com base na Lei
Pelé. Naquela ocasião, os barões do jogo do bicho
passaram a controlar, por intermédio de laranjas, muitos
deles policiais, a maior parte das casas de aposta. O
resultado foi uma série de ações na Justiça para apurar
crimes de lavagem de dinheiro, sonegação de impostos
e evasão de divisas. O histórico de irregularidades fez
com que, em 2004, o então presidente Lula
determinasse o fechamento dos bingos em todo o
Brasil. A gota d’água que levou à decisão presidencial
foi a revelação de uma gravação na qual o ex-
presidente da Loterj Waldomiro Diniz pedia propina ao
bicheiro Carlos Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
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