Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-28)

(Antfer) #1

Queda de braço


Banco Central do Brasil

Jornal O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia &
Negócios
sábado, 28 de maio de 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Adriana Fernandes


Junho promete ser de grandes emoções para a pauta
econômica na reta final antes de entrarem em vigor
restrições eleitorais mais duras, que impedem a
execução de novas 'bondades' do governo para ganhar
apoio nas eleições de outubro.


Arthu rLira, presidente da Câmara, está liderando uma
ofensiva para aprovar projetos que podem passar no
Senado, onde até agora o presidente Rodrigo Pacheco
tinha formado uma barreira ao que os deputados da
Casa ao lado lhe entregavam.


Nem tudo é cortina de fumaça para tentar transparecer
que Congresso e governo estão fazendo algo para
conter a escalada de preços, enquanto na prática
estariam de mãos atadas.


Com a aprovação do projeto que fixou um teto de 17%
para a alíquota do ICMS para produtos de alto valor de
arrecadação (energia, combustíveis, telecomunicações),
os parlamentares tomaram gosto pelo negócio. Já se
fala em Brasília de uma nova era com 'teto' para tributo.


Colocaram na mesa até mesmo um projeto que proíbe a
cobrança de ICMS sobre as bandeiras tarifárias de
energia. Esta proposta e dois outros projetos estão na
'linha de produção' dos deputados para votação de
requerimento de urgência. Se aprovado o pedido,
podem entrar na pauta de votação a qualquer momento.

O que ainda pode ajudar a conter o levante é a
articulação dos prefeitos, que jogaram muito pesado
contra os deputados na votação do projeto do teto do
ICMS. Há uma preocupação real se valeu a pena 'jogar
para o público' que vão reduzir os preços com a queda
dos tributos.

Nas eleições, os prefeitos são os principais cabos
eleitorais de qualquer parlamentar. O discurso do lado
deles, de que haverá menos dinheiro para custear
saúde e educação, é muito poderoso.

A queda de braço maior do momento é com a
concessão do subsídio ao diesel focado nos
caminhoneiros e motoristas de aplicativos, que foi
discutido há dois meses com uma solução mais viável
para impedir o que Guedes não quer de jeito nenhum:
um fundo de estabilização de preços com recursos do
Tesouro.

O tema voltou à tona porque a Petrobras deixou claro,
em comunicado ao mercado, que a troca de comando
na companhia deve demorar a acontecer. Bolsonaro
queria mudanças rápidas na empresa para segurar os
preços.

Lira cobra o subsídio do Ministério da Economia, que
fala em teto de gastos. Mas o que pesa mesmo,
segundo a coluna apurou, é parecer da PGFN que diz
que não dá para fazer esse subsídio agora com as
eleições à vista. Quem assume o risco? Com as
pesquisas mostrando Lula na frente, Brasília vive dias
de ataque de nervos. e

Com Lula à frente nas pesquisas eleitorais, Brasília vive
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