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Jornal Folha de S. Paulo/Nacional - Tendência e Debates
sábado, 28 de maio de 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas
Porém, há também um nítido interesse estatal nesse
reconhecimento e regulamentação. Por vários motivos.
O primeiro é a possibilidade de fiscalização do
fenômeno. O registro das famílias educadoras permitirá
que haja um acompanhamento por parte dos conselhos
tutelares e dos órgãos educacionais. O segundo motivo
é a possibilidade de avaliação formal do nível de
aprendizado dos estudantes que aprendem em casa. O
terceiro motivo diz respeito às políticas educacionais,
pois dentro de alguns anos será possível comparar
objetivamente o aproveitamento dos estudantes
domiciliares com os estudantes escolares.
Este último motivo incomoda profundamente
determinados setores ideológicos e corporativos. Como
ficarão se for demonstrado um rendimento superior dos
alunos educados em casa em comparação aos
educados na escola? E se também ficar
estatisticamente comprovado que esses estudantes têm
melhor nível de socialização e menor exposição à
violência que os demais? Vão continuar dizendo que
isso não existe?
[...]
'É tudo pelo bem das crianças!', eles dizem ao querer
impor a todas as famílias um padrão único de criação e
de educação. (... ) Não adianta dizer que, em 2018, o
Supremo Tribunal Federal declarou constitucional a
educação domiciliar, desde que obedecidos
determinados parâmetros (aliás, a lei aprovada na
Câmara dos Deputados obedece rigorosamente a esses
parâmetros)
COLUNISTAS
Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Econômico - Colunistas