Aceno à direita mais radical pode explicar revés do presidente no
Datafolha, diz Lira
Banco Central do Brasil
Jornal Folha de S. Paulo/Nacional - Política
sábado, 28 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central
Clique aqui para abrir a imagem
Autor: Danielle Brant
BRASÍLIA O desempenho do presidente Jair Bolsonaro
(PL) na pesquisa Datafolha pode ter sido reflexo de
acenos à base mais radical da direita, disse o
presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ressaltando
que o mesmo acontece quando o ex presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) faz gestos à ala mais radical
da esquerda.
Lira participou de programa da rádio Bandeirantes na
manhã desta sexta (27). Ele foi questionado sobre o
resultado do levantamento divulgado na quinta (26), que
mostrou Lula com21 pontos percentuais de vantagem
sobre o presidente.
Lira foi questionado especificamente se o resultado de
Bolsonaro no levantamento poderia ser reflexo da graça
concedida ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), no
final de abril. Ele respondeu que o país está polarizado
à esquerda e à direita.
'Quando os dois candidatos fazem gestos às suas alas
mais radicais, eles perdem espaço', disse, citando
discurso do petista contra a independência do Banco
Central, a reforma trabalhista e privatizações, além de
falas incentivando a volta do imposto sindical ou
discursos em ambiente do MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem-Terra).
Lira disse que, quando isso ocorreu, 'o presidente
Bolsonaro saiu tirando quatro, cinco pontos por mês nas
pesquisas'.
Ele fez referência a pesquisas não divulgadas feitas na
semana em que Bolsonaro perdoou Silveira. 'Naque
la semana, isso não repercutiu', disse, antes de
acrescentar que 'toda vez que o presidente fala mais na
linha dos mais radicais da direita, isso pode influir'
'Fatos mais radicais de parte aparte prejudicam
momentaneamente aquele candidato', avaliou Lira.
Para ele, quem vai decidir a disputa de outubro é o
eleitor moderado. 'Os brasileiros que querem
previsibilidade e que vão escolher o que cada um
representa. Com a polarização nesse nível no Brasil, os
que ficam ao centro, 33%, 34% e eleitores, é que vão
decidir o que cada um representa. '
Lira ponderou que é cedo para uma avaliação mais
segura sobre as eleições e que muita coisa ainda vai
acontecer.
'Não é fácil para qualquer país discutir eleição numa
crise energética, inflacionária mundial, mas que aqui no
ano de eleição ninguém quer saber', defendeu o
deputado.
'O eleitor lá na ponta, no Nordeste ou no Norte, que vai
no supermercado e não consegue comprar um quilo de