Banco Central do Brasil
Revista Meio & Mensagem (2)/Nacional - Noticias
sexta-feira, 27 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Blockchain
existem outras coisas, como o fato de você se identificar
como avatar. Ao invés de se preocupar em como você
estará vestido, vai se preocupar em como o seu avatar
estará. No mundo dos games, isso se volta para uma
identidade manipulada em um avatar. Você pode usar
uma skin ou certos wearables. Essas são as coisas
realmente importantes de se prestar atenção. Coisas
que você só pode fazer no digital, e não replicar uma
experiência física.
INCLUSÃO DIGITAL
É interessante que, de um lado, é possível dizer que as
pessoas têm muito mais acesso do que tinham antes.
Porque acessamos as mesmas informações e podemos
participar das conferências de maneira digital. A mesma
coisa vale para o entretenimento. Você pode participar
de um evento e, se é online, é mais barato. Não é
preciso que eu esteja em um centro urbano. Pense no
que aconteceu com a força de trabalho no Brasil. Antes,
se você não estivesse em grandes cidades, como Rio e
São Paulo, suas oportunidades eram muito diferentes,
certo? Agora, se você está em outra parte do Brasil,
mas tem internet, um computador, você pode ter um
emprego muito similar ao de alguém que vive em um
centro urbano. Em geral, a tendência, quando você
digitaliza e traz essas tecnologias, é a democratização.
Democratizar o acesso a longo prazo. Essa é a
tendência que vemos.
BIG TECHS E DESCENTRALIZAÇÃO
Há dois lados para isso. Um yin yang. De um lado, a
Web3 tem tudo a ver com democratização. É tudo uma
questão de distribuição de valores através de tokens. A
ideia de que, em vez de o Facebook acumular todos os
seus dados, dando curtidas, mas recebendo todos os
valores, a promessa da Web3 é que você dê parte do
valor às pessoas por meio de tokens. Realmente
acredito nessa visão da Web3 e que alguma versão
disso será inevitável. Acredito que o modelo de
computação distribuída, que o blockchain fornece com
a tokenização, será um recurso permanente ou
semipermanente na internet, nos próximos anos. Dito
isso, o cenário atual parece um caos, certo? Porque
existem essas grandes plataformas e não são muitas.
Os negócios realmente grandes foram criados nesse
tipo estranho de comunidade. Se você olha para
Decentraland, por exemplo. É um ótimo exemplo porque
Decentraland é um pouco do que seria a Roblox se
estivesse na Web3. O problema com ele e,
provavelmente, com qualquer outra rede social na Web3
é o mesmo que já temos com redes como Twitter,
Facebook e Instagram: moderação, qualidade do
conteúdo, policiamento. E o que as empresas têm feito
é criar esses ambientes muito fechados. Falamos sobre
jardins murados porque eles criaram esse ambiente,
mas também são os responsáveis por policiá-los. E,
sim, é possível argumentar que o Facebook não policia
o suficiente, mas tem milhões e milhões de
moderadores, que têm como trabalho manter certo
padrão de qualidade. O mesmo com o Twitter. O yin
yang, aqui, é que a Web3 promete democratização e
distribuição de valor. Mas, na Web1 e 2, temos um
controle muito concentrado, o que também permite
controle de qualidade. Se algo dá errado com a sua
conta no Twitter, você pode acioná-los e ter sua conta
de volta. Agora, se alguém hackea sua carteira
Ethereum na Web3 ninguém poderá ajudá-lo porque
não há fundação, empresa ou governança corporativa.
Pensando nas grandes empresas de tecnologia, haverá
necessidade de confiança e controle de qualidade. E é
aí que essas marcas podem jogar.
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