Clipping Revistas - Banco Central (2022-05-28)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Revista Veja/Nacional - Capa
sexta-feira, 27 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Reforma trabalhista

Outro grande desafio de Tebet será dizer com clareza o
que pensa sobre o país e o que pretende fazer. Sua
campanha prevê divulgar na quinta 2 uma prévia do
programa de governo, elaborado pelo ex-governador
gaúcho Germano Rigotto. A parte econômica está
sendo feita pela economista Elena Landau, que
participou do governo FHC. Segundo ela, a agenda será
focada em três pontos: social, ambiental e retomada do
planejamento orçamentário. Na primeira, a prioridade de
médio prazo é aumentar a produtividade do trabalhador
investindo em educação básica e ensino médio
profissionalizante — diferentemente do PT, que, para
Landau, priorizou o ensino superior. No curto prazo, a
ideia é retomar o Bolsa Família com as características
que “deram certo”, como pagar mais a quem mais
precisa e condicionantes para o recebimento. Na seara
ambiental, além de revogar normas editadas por
Bolsonaro, o plano é fomentar uma agenda de
economia de baixo carbono. “Isso atrai muito os jovens
empresários e o agronegócio consciente, que não pode
ser confundido com o ilegal”, diz Landau. A economista
afirma ainda que é preciso endurecer as regras fiscais
desmontadas por Bolsonaro, priorizar as reformas
tributária e administrativa (diferente da que está em
discussão) e criar um plano de privatizações. Landau
não cita quais estatais podem ser vendidas, mas Tebet
deixou claro que é contra a venda da Petrobras e já
votou contra a privatização da Eletrobras. “Nós temos
mais de quarenta empresas a ser analisadas e mais de
100 subsidiárias. As deficitárias, que não são de
segurança nacional, temos de privatizar”, afirma a pré-
candidata. Contrariando o ceticismo geral e as
previsões pessimistas, Tebet tem mostrado habilidade e
persistência para avançar. Diplomática, já estendeu as
mãos a Doria e aposta nas inserções de TV a que o
MDB tem direito, na segunda quinzena de junho, para
se tornar conhecida nacionalmente e, assim, pavimentar
o acidentado caminho do centro. Não será fácil.


“Não sou candidata de fachada” Favorita agora para
representar a terceira via na eleição, a senadora
Simone Tebet (MDB-MS) falou a VEJA sobre os grande
desafios da empreitada.


Parte do MDB diz que sua candidatura serve para
“segurar” líderes regionais que querem apoiar Bolsonaro
ou Lula. Como vê a possibilidade de ser candidata de
fachada, já que, na prática, membros de seu partido
poderão fazer campanha para outro nome? Não existe
candidatura de fachada quando você é candidata do
maior partido do centro, tem um programa sério e um
eleitorado que rejeita os dois nomes que estão na
frente. Eu só preciso da legenda, do tempo de rádio e
TV e dos verdadeiros amigos. Quando se fala que o
MDB tendia mais para Bolsonaro do que para Lula, é
verdade, por isso me procuraram. Entendem que o
partido não pode estar atrelado a alguém que tem ideias
que flertam com o autoritarismo. Mas as mesmas
pessoas que dizem que iriam para Bolsonaro também
dizem que, se eu for candidata, estarão comigo. Estou
falando de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná,
Mato Grosso.

A última pesquisa Real Time Big Data mostra que,
mesmo sem João Doria no páreo, a senhora só tem 2%
dos votos. Não é uma perspectiva desastrosa a menos
de cinco meses das eleições? Isso mostra que eu sou
desconhecida. Como tenho dito, minha candidatura é
política, é para ter uma mulher falando qual Brasil nós,
mulheres, queremos.

A senhora quer romper a polarização trazendo
propostas. Marina Silva (Rede) tentou em 2018 e teve
1% dos votos. Não vai repetir isso? Não, faremos uma
campanha diferente. Não quero apresentar agora nosso
programa de governo, só as linhas mestras. Agora,
quero me apresentar à sociedade. Não entro na
polarização porque me recuso a achar que Lula e
Bolsonaro são maiores que o Brasil. Temos de falar
menos deles e mais do Brasil.

A senhora destaca que é mulher e é de centro. Em seu
estado, dizem que já esteve muito mais à direita, ligada
a pautas conservadoras, e nunca falou de feminismo. O
que mudou? Nunca precisei falar porque eu não era do
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