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(Antfer) #1

VILMA GRYZINSKI - O NOVO LEMA: YANKEES, COME HOME


Banco Central do Brasil

Revista Veja/Nacional - Colunistas
sexta-feira, 27 de maio de 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: VILMA GRYZINSKI


A esquerda agora acha o máximo quando americanos
interferem


Lincoln Gordon. A simples menção ao nome do
embaixador americano na época do golpe de 1964
provocava reações furiosas entre intelectuais e
militantes de esquerda. Não deixavam de ter razão. Por
causa de suas análises — implacavelmente cortantes,
como se ficou sabendo quando o telegrama de março
de 1964, desdobrado em cinco partes, do embaixador à
cúpula do governo americano foi revelado —, os EUA
interferiram nos acontecimentos políticos do Brasil,
embora nem tenha dado tempo de bancarem de fato os
golpistas com a Operação Brother Sam. Agora, a nova
embaixadora americana, Elizabeth Bagdley, é saudada
como uma guerreira da luz por ter dito que a próxima
eleição “não será um momento fácil por causa de muitos
dos comentários dele”. “Ele”, claro, é Bolsonaro. Qual o
papel de embaixadores? Servir a seus países com
discrição, fazer unicamente declarações diplomáticas
em público e só soltar as feras em situação de guerra. A
senhora Bagdley ainda nem chegou a Brasília, mas já
extrapolou suas atribuições.

Yankees, go home também é coisa do passado quando
William Burns, o diretor da CIA — da CIA! —, se reúne
em particular com integrantes do alto escalão do
governo brasileiro, em julho do ano passado, e a notícia
chega à agência Reuters nesse mês de maio. Burns
também vira um ente do bem por ter dito que o
presidente deveria parar de “minar a confiança” no
sistema eleitoral. As fontes dos repórteres foram “duas
pessoas familiarizadas com o assunto”. Como não
podem ser extraterrestres que gravaram tudo sem a CIA
saber, não é difícil imaginar de onde veio a informação.
Obviamente, o governo Biden quer falar duro com
Bolsonaro — e um pouco mais manso com Cuba e
Venezuela. Não chega a ser surpresa. Curiosa é a
reação dos afetados pela doença infantil do
antiamericanismo em todas as instâncias, menos
quando o envolvido é “ele”.

A última dos imperialistas, se ainda é possível usar
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