Clipping Revistas - Banco Central (2022-05-28)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Revista Carta Capital/Nacional - Seu País
sexta-feira, 27 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Bolsa de Valores

mais uma crise. O mineiro e seu grupo pretendem agora
melar o apoio a Tebet e defendem uma candidatura
própria. “A partir da decisão do ex-governador paulista,
o partido está em condições de analisar outros nomes
da nossa legenda que possam liderar não só o PSDB,
mas também importantes setores do centro
democrático, neste momento grave da vida nacional”,
afirmou em nota o deputado. Os nomes sugeridos:
Eduardo Leite, ex-governador do Rio Grande do Sul, e o
senador Tasso Jereissati, quadro histórico da legenda.
O “levante”, tratado como minoritário pela direção
nacional, levou o PSDB a adiar para 2 de junho a
reunião da Direção Nacional que fecharia a indicação do
vice de Tebet.


O movimento de Aécio Neves é criticado por
praticamente todas as alas do PSDB ouvidas por
CartaCapital, à exceção de seus aliados. Segundo
vários entrevistados, o deputado faz dois movimentos:
embaralhar as negociações e implodir a terceira via, em
apoio ao projeto de reeleição de Jair Bolsonaro, e
aumentara influência de parlamentares do partido pela
liberação de emendas do governo federal, o que lhe
permitiria, no futuro, retomar o controle da legenda. “Ele
quer transformar o PSDB em um Centrão. Virar um
Severino com roupa de marca”, define um deputado. A
bancada federal, inclusive, tem atuado como linha
auxiliar do bolsonarismo. Segundo dados do Radar
Congresso em Foco, dos 21 deputados federais
tucanos, 19 votam majoritariamente com o governo.
Aécio Neves, por exemplo, foi governista em 85% das
vezes. O recorde é da deputada catarinense Giovania
de Sá, com 92% de “governismo”.


Durante o período em que deu as cartas no PSDB,
Aécio Neves apostou no antipetismo como única
estratégia, em detrimento de um projeto nacional.
Segundo lideranças, a redução da transparência, a
diminuição de reuniões da executiva e mudanças no
sistema de filiação transformaram o partido em um
reduto de candidatos outsiders e com discursos de
antipolítica. Nesse período, ocorreu a aproximação com
o MBL e o alinhamento ao discurso da antipolítica. Para


Arthur Virgílio, desqualificar as prévias também
prejudicou. Segundo ele, o PSDB não pode abrir mão
da social-democracia, precisa parar de focar apenas na
formação de bancada e voltar a apresentar propostas
para o País.

"Eu tenho uma história que terminou uma vez, que o
PSDB desviou de sua rota como partido social-
democrata e acho que não soube interpretar o
sentimento do País. Mais que isso: perdeu a chance de
construir um novo projeto. Então, isso me desanimou”,
afirmou em carta Floriano Pesaro, fundador do partido,
ao anunciar sua saída em março deste ano. Também
debandaram Geraldo Alckmin, agora no PSB e vice na
chapa de Lula, que deve assumir a interlocução com
tucanos decepcionados, como Silvio Torres e Pedro
Tobias. Aloysio Nunes, ex-chanceler, declarou a O
Estado de S. Paulo que apoiará o ex-presidente petista
nas eleições deste ano. “O segundo turno começou e eu
não só voto no Lula como vou fazer campanha para ele
ganhar no primeiro turno.”

“O PSDB enfrentou dificuldade em enraizar socialmente
e criar fidelidade, por isso seus eleitores migraram em
2018 e ele perdeu sua posição na competição política”,
avalia Soraia Vieira, doutora em Ciências Políticas da
Universidade Federal Fluminense. E que futuro aguarda
o PSDB? Um tucano tenta responder: “Infelizmente,
minha sensação é de que o PSDB acabou. Alguém
precisa apagar a luz."

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