Clipping Revistas - Banco Central (2022-05-28)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Revista Veja/Nacional - Noticias
sexta-feira, 27 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Davos

dos custos internacionais aos preços da estatal por um
período de 100 dias ou mais e fazer o alinhamento à
partir de uma média móvel ao fim desse intervalo. Com
isso, seria possível controlar Os constantes reajustes
que causam tanta aflição aos consumidores e,
principalmente, ao presidente Bolsonaro. Problema: não
será fácil para o futuro comandante da petroleira
convencer os acionistas minoritários desse plano,
Embora à tese de Guedes tenha vencido, havia outro
caminho. Lideranças paliticas como o ministro da Casa
Civil, Ciro Nogueira,? o presidente da Câmara, Arthur
Lira, apoiavam a criação de um fundo formado a partir
dos dividendos pagos ao governo pela Petrobras para
subsidiar o preço do diesel. Tal medida iria ultrapassar o
limite de teto de gastos, mas, diante do quadro atual -
saída da pandemia e a guerra da Ucrânia -, tal medida
poderia ser aprovada em caráter excepcional. O
combustível é estratégico pelo seu impacto na categoria
dos caminhoneiros, parte relevante da base de apoio
político de Bolsonaro. Apesar de as discussões estarem
avançadas, Guedes sempre rechaçou esse caminho.
Segundo um alto executivo da Petrobras, em uma
reunião recente, o ministro alegou que o governo conta
com os recursos provenientes do lucro da empresa para
custear outras despesas.


Em apenas três anos e meio, Bolsonaro já demitiu três
presidentes da Petrobras. Tamanha rotatividade só
encontra paralelo nos dois anos c oito meses de
duração do governo de Fernando Collor, no início dos
anos 1990, e reflete quanto é delicada à questão dos
preços dos combustíveis no atual contexto eleitoral.
Também traduz a maneira mercurial com que o
presidente da República lida com o assunto. 'Bolsonaro
ora trata a empresa como entrave e vilã. Ora quer
mandar lá, ora fala em privatizar para tentar se afastar
da gestão', avalia Elena Landau, chefe de privatizações
do BNDES durante o governo de Fernando Henrique
Cardoso.


Em entrevista na quarta 25, em Davos, na Suíça, onde
participa do encontro do Fórum Econômico Mundial,
Guedes preferiu minimizar seu poder nos destinos da
estatal. 'O presidente nomeia o ministro de Minas e
Energia, o ministro nomeia o conselho da Petrobras, o


conselho e 608 acionistas decidem sobre o CEO, Então
cu não sci por que vocês insistem em me perguntar
sobre isso', disse ele depois de ouvir uma pergunta
sobre o futuro da petroleira e dos reajustes de
combustível. No fundo, assim como aconteceu como o
macedônio Pitro, Guedes já sabe que sua maior
conquista nessa fase final do governo pode, no fundo,
acabar com sabor de derrota.

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
Davos, Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes
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