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(Antfer) #1

ALDO FORNAZIERI - A agonia do PSDB


Banco Central do Brasil

Revista Carta Capital/Nacional - Colunistas
sexta-feira, 27 de maio de 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: ALDO FORNAZIERI


A história recente do PSDB constitui um manual quase
perfeito acerca de como os dirigentes destroem um
partido. A legenda surgiu em 1989 como dissidência do


PMDB. O seu caráter consistia em ser um partido
parlamentar, situado na esfera do Estado, com um eixo
programático centrado nos compromissos democráticos,
com ideias acerca da reforma do Estado e sua
modernização, apostas em algumas políticas sociais e
com foco no combate à inflação. Surgiu sem um
enraizamento social, mas atraiu a simpatia de amplos
setores das classes médias.

No governo durante oito anos com FHC, o PSDB seguiu
o caminho que um grande número de partidos segue
quando chega ao poder: sofreu uma corrupção
(degradação) dos princípios originários e dos conteúdos
programáticos e se transformou em um partido
preponderantemente de interesses particularistas
ligados aos cargos, recursos públicos, privilégios,
estruturas de poder etc. Perdeu a vitalidade e as
virtudes.

Como partido de oposição aos governos petistas, o
PSDB foi frágil, não encontrando um eixo orientador de
seu oposicionismo. Mas, com o passar do tempo, foi se
deslocando cada vez mais para a direita. Ao questionar
as eleições de 2014 e ao assumir o impeachment contra
Dilma, deu um passo significativo para o abandono dos
compromissos democráticos. A culminância desse
processo de decomposição política e moral ocorreu nas
eleições de 2018 e durante o governo Bolsonaro.

Naquela eleição, o PSDB apoiou Bolsonaro,
principalmente no segundo turno, tendo como símbolo
desse apoio o BolsoDoria. Durante o atual governo, a
maior parte da bancada apoia Bolsonaro. Quer dizer, o
partido apoiou u m candidato e depois um presidente
que defende ditaduras e ditadores, torturas e torturado-
res, a violência política como método, fuzilamentos,
incluindo o do próprio FHC, ataques recorrentes ao
Estado de Direito e às instituições democráticas.
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