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(Antfer) #1

FLÁVIO DIVINO - Soberania é desenvolvimento


Banco Central do Brasil

Revista Carta Capital/Nacional - Colunistas
sexta-feira, 27 de maio de 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: FLÁVIO DIVINO


A Constituição Federal, logo no seu art. 1", inciso I,
define a soberania como um dos fundamentos da nossa
República. Por conseguinte, a soberania nacional deve


ser defendida como valor essencial ao desenvolvimento
pátrio. Um país mais justo se constrói com saúde,
educação e oportunidades para todos. Para tanto, é vital
termos soberania científica, tecnológica e energética,
bem como protegermos os ativos estratégicos, a
exemplo da água, das florestas e dos recursos minerais.
Contudo, o neoliberalismo tardio, ainda hegemônico em
altos escalões, sempre coloca na mesa
questionamentos contra empresas públicas
superavitárias e serviços públicos dos quais dependem
a vida de milhões de brasileiros.

Nos últimos anos, tornou-se comum uma gestão federal
atabalhoada que, como não sabe gerir a máquina
pública, traz constantemente à tona o assunto das
privatizações, como se fosse uma espécie de solução
mágica para todos os males nacionais. Pouco antes da
pandemia, não nos esqueçamos, o governo iniciou o
debate para a privatização do Sistema Único de Saúde.
O que teria sido das famílias brasileiras caso o SUS
estivesse privatizado à época da pandemia, com
doentes carregando vouchers para serem atendidas em
hospitais particulares já lotados?

Nenhum país do mundo abre mão dos seus ativos
estratégicos, necessários à concretização da soberania.
O Brasil se desfez de parte da Petrobras, uma das
maiores empresas petrolíferas do mundo e vitoriosa na
exploração do Pré-sal. E agora caminha para entregar
nas mãos do capital estrangeiro a maior empresa de
geração elétrica da América Latina, o que pode ter
consequências severas para a população brasileira,
inclusive com a elevação de tarifas, como estamos
vendo com o gás de cozinha e o diesel.

A defesa do “Estado Mínimo” não condiz com a
realidade brasileira, em razão das gigantescas e
históricas dívidas sociais. A imensa maioria das
empresas públicas presta serviços essenciais. Elas
devem ser preservadas pelo bem da nação, a fim de
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