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ECONOMIA - Vanguarda do atraso


Banco Central do Brasil

Revista Carta Capital/Nacional - Economia
sexta-feira, 27 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Davos

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Autor: GUILHERME MELLO

Alguns editoriais dos jornais brasileiros insistem em
rotular qualquer proposta de desenvolvimento que
postule algum papel ativo do Estado de “atrasada” e
“ultrapassada”, superada no debate econômico e na
prática dos principais países do mundo. O “moderno”
seria uma visão neoliberal de Estado mera mente
regulador, com uma política macroeconômica somente
voltada para a estabilidade de preços e promotor de
políticas sociais bastante focalizadas. A adoção de
políticas de reestruturação produtiva ou o financiamento
público ao investimento são itens proibidos no linguajar
dos editorialistas.

O maior inimigo desse discurso é a realidade. Quem
acompanha o debate sobre desenvolvimento econômico
e as políticas públicas mundo afora sabe que essa visão
“moderna” saiu de moda por volta de 2008. Até ensaiou-
se um comeback no início da década de 2010, mas logo
se tornou démodé nova mente, em particular após a
pandemia. Nos mais diferentes países do mundo, o que
assistimos é um retorno do Estado planejador, indutor e
até mesmo investidor. Seja como resposta ao agressivo
modelo chinês, onde empresas estatais e bancos
públicos jogam um papel-chave, seja como constatação
do fracasso do modelo neoliberal em gerar crescimento,
promover distribuição de renda e sustentabilidade
ambiental, o debate sobre o papel do Estado e da
política fiscal passou por uma profunda transformação
na última década.

No debate acadêmico, essa mudança de orientação
começou logo após a crise de 2008, que levou diversos
proeminentes economistas a reverem seu arcabouço
teórico e questionarem as certezas que até então
carregavam. Em 2010, o então economista chefe do
FMI Olivier Blanchard escreve o artigo “Rethinking
Macroeconomic Policy”, no qual questiona velhos
consensos e aponta falhas na teoria econômica
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