Clipping Revistas - Banco Central (2022-05-28)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Revista Exame/Nacional - Negócios
terça-feira, 24 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - B3

acima do usual num supermercado comum. Caso
contrário, pode ceder com o peso de tantos produtos
empilhados.


Por isso, o solo carece de pelo menos 20 centímetros
de concreto. Feita em 2016, a conversão de uma loja do
Extra Hiper em São Vicente, no litoral paulista, exigiu
um reforço de mais de 1.000 estacas no solo. Embora
complexa, a obra traz bons resultados. As lojas
convertidas a Assaí quando a marca ainda fazia parte
do Grupo Pão de Açúcar, em média, triplicaram as
vendas após a mudança de bandeira. “A produtividade
das lojas do Assaí é a maior do setor”, diz Lívia
Rodrigues, analista de research da Ativa Investimentos.
“Acreditamos que a conversão será positiva, com
expansão do faturamento de forma rápida.”


Ao atender com mais força as classes A e B, o nó do
Assaí daqui para a frente será manter seu diferencial:
preços baixos. A compra no atacarejo é, em média, de
10% a 15% mais em conta do que num supermercado
comum. Ao operar em bairros nobres e investir num
serviço mais gourmetizado, o risco é deixar a operação
mais cara. “O desafio é melhorar a experiência no
sortimento de produtos e, ao mesmo tempo, manter o
preço inferior ao de outros canais do varejo”, diz
Roberto Butragueño Revenga, diretor da consultoria de
varejo Nielsen IQ. “Essa será a grande questão do
atacarejo nos próximos anos.”


Por isso, o Assaí tem no controle de custos uma
obsessão. O estoque das lojas, em média com 2.000
metros quadrados, comporta vendas para até 30 dias.
Assim, a rede economiza na logística da mercadoria
entre o centro de distribuição e a loja em si. Com 217
unidades, o Assaí tem somente quatro centros de
distribuição, dedicados basicamente às primeiras lojas
da rede, menores que as demais. As mais recentes são
abastecidas diretamente pelos fornecedores.


Em outra ponta, o Assaí lançou mão de alternativas


para melhorar a experiência de compra sem elevar
custos. As lojas têm fachadas de vidro para facilitar a
entrada de luz solar e a iluminação é feita com
lâmpadas LED, mais econômicas. Em sete lojas a
energia vem de miniusinas solares instaladas nelas
mesmo. O ar-condicionado é do tipo termoacumulador,
mais econômico.

O piso usa um concreto polido, que dispensa grandes
manutenções. Tudo isso colocou o custo operacional de
uma loja Assaí em 9% da receita média gerada pela
unidade. Num hipermercado, a fatia supera 20%. Além
de manter os preços baixos para os recém-chegados ao
atacarejo, o esforço para domar custos é fundamental
para fidelizar o cliente pessoa jurídica: até 50% das
vendas vão para donos de pequenos mercadinhos de
bairro, bares, restaurantes e lanchonetes, um público
para o qual a economia é questão de sobrevivência do
negócio.

Os esforços para manter a essência do atacarejo
colaboraram para um ritmo de expansão acelerado no
Assaí. A receita cresceu, em média, 25% ao ano nos
últimos cinco anos. No período, o lucro triplicou: hoje
está em mais de 1,6 bilhão de reais. A bonança
coincidiu com uma presença física maior. O número de
lojas saltou de 126 para 212 em 2021 e para 217 no
primeiro trimestre de 2022. Só em 2021, foram 28 lojas
novas. Para este ano, a meta é abrir mais 50, das quais
40 serão conversões de hipermercados Extra a serem
inaugurados com a bandeira Assaí no segundo
semestre. É um recorde na história da rede.

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Fundado na zona leste de São Paulo pelo empresário
Rodolfo Jungi Nagai, comerciante local com experiência
na venda de alimentos e bebidas, o negócio tinha 14
lojas quando o Grupo Pão de Açúcar adquiriu 60% da
empresa, em 2007. Em três anos, a varejista fundada
pela família Diniz comprou a empresa toda. Em 2011,
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