Banco Central do Brasil
Jornal O Globo/Nacional - Rio
Sunday, May 29, 2022
Banco Central - Perfil 1 - Pix
valer de mecanismos que tornam a identificação do
autor mais difícil - explica o delegado Alan Luxardo,
titular da Delegacia de Defraudações (DDEF), unidade
especializada responsável por investigar golpes de
grandes proporções: - Via de regra, na internet são
cometidas muitas pequenas fraudes, mas as de maior
vulto são raras. O criminoso ganha na quantidade. Para
Luiz Fernando Santos da Silva, de 60 anos, o prejuízo
(quase) foi de exatos R$ 2. 403. Ao tentar obter uma
segunda via da cota do plano de saúde da família, já no
dia do vencimento, o genro do comerciante acessou,
sem perceber, uma página clonada, na qual acabou
sendo emitido um boleto falso. O documento foi
devidamente quitado por Luiz Fernando, que, por sorte,
conseguiu reaver o valor junto ao banco no qual
mantém conta. -PEu não entendo nada dessas coisas
de internet, não sou muito de rede social. Então, acabo
deixando essas missões para outras pessoas, apenas
pego o boleto e pago. E nesmo assim fomos enganados
- lamenta o morador de Copacabana, que precisou
arcar com os juros do pagamento verdadeiro atrasado. -
Dos males o menor, mas no momento do susto eu fiquei
desesperado. À gente vem enfrentando muitos desafios
na pandemia, e um montante como esse faria uma falta
absurda.
EXPLOSÃO NA PANDEMIA
A pandemia da Covid-19, aliás, é apontada como a
maior propulsora dos golpes virtuais. O número de
casos já havia dobrado entre 2018 e 2019, mas, a partir
dali, o salto até 2021 bateu os 826%, chegando à marca
de 17. 427 ocorrências. Na média, é como se uma
pessoa caísse numa fraude do gênero a cada meia hora
no estado.
- Percebemos um aumento muito grande na procura
pelos serviços do nosso escritório, sem dúvida. Como
estava tudo fechado, as relações passaram a ser
virtuais, sem que a maior parte das pessoas estivesse
preparada para isso. Viraram presas fáceis -pontua a
advogada Raquel Chaves, especializada em casos do
gênero.
Para fugir das fraudes, a primeira regra citada pela
advogada e por outros especialistas é unânime:
desconfie sempre.
- E um tipo de crime em que, infelizmente, é difícil para
o estado agir preventivamente, ou que atue apenas a
Segurança Pública. A melhor arma é a conscientização - explica Gustavo Caleffi, especialista em gestão de
riscos estratégicos. - É claro que há pessoas que não
nasceram no mundo digital e terão mais dificuldades,
mas todos temos filhos, netos, parentes, amigos... Se
usamos essa rede como proteção, escolhendo alguém
para supervisionar qualquer eventual transação on-line,
o risco já diminui muito. E, em grande parte dos casos,
são coisas simples de se perceber.
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