Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-29)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Jornal O Globo/Nacional - Economia
Sunday, May 29, 2022
Cenário Político-Econômico - Destaques Jornais
Nacionais

Pais de primeira viagem, Helder Martins, de 35 anos, e
Ariana Leal, de 33, fizeram algumas mudanças no
mercado para ajustar o orçamento familiar às
necessidades do filho, Henrique, de pouco mais de 1
ano. Uma das trocas foi a marca de fraldas
descartáveis. Quando viu o pacote Pampers Premium
Car subir de R$ 62 para R$ 82, diz Martins, o casal
abandonou a preferência e começoua experimentar
marcas mais baratas que não comprometessem o bem-
estar do filho. Eles acabaram aderindo à ZeuKids, de R$
13, 99. Já encontraram a marca em promoção a R$ 9,
economia de quase R$ 70 por embalagem. O leite
Aptamil, indicado pela pediatra, que custa R$ 80,
também foi trocado. O novo amor da família é o Ninho
Nutrigold, de R$38.



  • Testamos várias marcas até achar uma que fosse
    barata, mas de boa qualidade. Minha maior
    preocupação é chegar a um ponto em que eu não
    consiga mais substituir a marca e tenha que abrir mão
    de algo importante ou essencial para o meu filho -diz
    Martins.


DESPENSA REVISTA Segundo Allan Hock, diretor de
marca própria do Carrefour, fralda é um produto de
difícil entrada pelas marcas populares, por conta do
reconhecimento daquelas já existentes. Ainda assim, a
marca própria da varejista, lançada em 2020 com 5, 4%
das vendas de fraldas, atingiu 24, 2% em 2021,
liderando a categoria. Ao todo, 22 produtos da etiqueta
Carrefour são os mais vendidos da rede, como arroz,
molho de tomate, açúcar, leite condensado, ervilha e
milho em lata, algodão, papel higiênico e água sanitária.
As vendas gerais de marca própria de alimentação no
Carrefour, que correspondiam a 12, 7% em 2018, hoje
são 20%.



  • Hoje, nenhum produto nosso performa abaixo de 8%.
    Isso acontece por causa da reformulação dos produtos.
    À qualidade também mudou. Investimos e reduzimos
    margem (de lucro) para não perder a qualidade -diz
    Hock.


Trocar as marcas dos alimentos foi a saída adotada


pelo empresário Paulo Carvalho, de 65 anos, para não
fechar as portas do seu restaurante em Olaria, na Zona
Norte do Rio. Para não tirar carnes do cardápio nem
aumentar o preço das refeições (R$ 16), ele trocou o
pacote do tradicional arroz Tio João, de R$ 24, 89, pelo
Camil (R$19, 99). O feijão Com brasil (R$ 9, 98) deu
lugar ao Máximo (R$ 8, 99), e o óleo Liza (R$10, 05) foi
substituído pelo Soya(R$9, 99), ainda que com pouca
diferença.


  • Costumava vender 220 refeições por dia. Com a
    pandemia, passei a vender 60. Tive que fazer
    mudanças. Consumia no restaurante 20 quilos de carne
    apenas no almoço. Hoje, trabalho com sete quilos. Abri
    mão das marcas porque foi preciso -diz Carvalho, que,
    sem poder repassar o custo maior aos clientes, vê a
    própria renda encolher. '*BANDEIRA BRANCA' As
    marcas próprias de varejistas chegam a custar entre
    15% e 30% menos que as mais conhecidas, o que fez
    com que a presença delas saltasse de 40% para 66%
    dos domicílios brasileiros nos últimos cinco anos, estima
    Fernando Baiafuna, diretor da consultoria GFK para a
    América Latina: - A pandemia e a crise econômica
    aceleraram a experimentação (de novos produtos). O
    mercado está mais competitivo. Uma vez que se prova
    e vê a qualidade, desistir da marca própria não é tão
    simples como antes, em que o consumidor voltava para
    as líderes depois da crise.


No GPA, dono das redes Extra e Pão de Açúcar, suas
seis marcas próprias passaram de 13, 5% em 2018 para
21, 5% do total de vendas no primeiro trimestre de


  1. Segundo o diretor de Marcas Exclusivas, Eduardo
    Finelli, a participação dos itens dessa espécie de
    'bandeira branca' aumentou 27% nas vendas de óleo de
    soja, 10% nas de feijão e 20% nas de farinha. Em
    algumas categorias, as etiquetas do GPA representam
    até 40% das vendas, como o açúcar. Em um ano, o
    gasto médio dos clientes com esses produtos subiu 22,
    5%, diz o executivo.


Alguns itens, como xampu e condicionador, são difíceis
de o consumidor abandonar. Mas outros têm rápida
adesão, como a Taeg, de produtos saudáveis. Comisso,
o GPA ampliou o lançamento de itens marca própria de
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