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tempestade, incluindo deslo-
camentos vertical e horizontal.
Juntos, esses sistemas fornecem
uma visão de ressonância mag-
nética (MRI), permitindo que se
observe as diferentes camadas e
estruturas internas da tempesta-
de. Os WP-3D também podem
implantar sondas batitermográ-
ficas, que medem a temperatura
do oceano.
OLHO DO FURACÃO
Mais um sistema desenvolvido
para os WP-3D do NOAA é o
radiômetro, conhecido como
Stepped Frequency Microwave
Radiometers (SFMR). O apa-
relho mede a velocidade dos
ventos sobre o oceano e a taxa de
chuva em furacões e tempestades
tropicais, indicadores-chave de
eventos potencialmente mor-
tais. O avião, então, atravessa a
tempestade e está literalmente
no olho do furacão, coletando
uma infinidade de dados que
permitem saber exatamente sua
intensidade.
Passada a fase crítica do voo,
o avião deixa a área de turbu-
lência e agora cruza sereno os
ares da costa, permitindo até que
os cientistas façam um almoço
rápido enquanto contemplam um
sem-fim de dados exibidos em
tempo real. Na cabine, os pilotos
testemunham o que chamam de
stadium effect, algo como “efeito
de estádio”. As paredes de nuvens
se elevam ao redor do avião,
como se este estivesse no centro
de um campo e o público das
arquibancadas nos arredores ob-
servasse cada uma de suas ações.
Para muitos, a visão é menos
poética, é como voar direto para
uma parede de cúmulo-nimbos
querendo atravessá-la com
segurança. Evidentemente, a di-
nâmica nas paredes do furacão é
bem diferente daquela produzida
em um CB, mas impressiona
da mesma forma. Os pilotos
preparam a cabine para voltar
a atravessar a tormenta. É hora
do segundo ato. Mesmo sendo
um voo de rotina, a tensão se
faz presente, já que é uma típica
missão que não tolera erros.
OS AVIÕES
A agência NOAA voa os dois
WP-3D, adquiridos novos de
fábrica, desde 1976, quando o
Kermit monitorou seu primei-
antfer
(Antfer)
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