PC Guia - Edição 260 (2017-09)

(Antfer) #1
PCGUIA / 9

Praia das Maçãs


Q


uando o leitor investe dois ou três euros numa
aplicação vendida na App Store não está à espera de
que a aplicação seja usada para sempre. Se estivermos
a falar de um jogo, então, sabemos que a vida útil desse
pedaço de código não será muito longa. São muito raros
os títulos que jogamos mais de um ano, é raríssimo (mas
não completamente impossível) que sejam jogados durante
anos e anos. Mas se isto é assim no departamento lúdico, no
departamento das apps de produtividade é completamente
diferente. Existem apps que são verdadeiros salva-vidas.
Daquelas que usamos até à exaustão e que, se um dia
nos falham, por qualquer razão, amaldiçoamos a vida,
a mãezinha do programador ou o momento em que lhe
decidimos confiar a missão de nos ajudar em qualquer
operação. A estrutura da maior parte dos publishers
de software iOS é muito pequena. Normalmente, são
micro-empresas que dependem de uma ou duas pessoas
para funcionar. Não raramente, estes programadores
abandonam projectos porque mudam de empregador,
ou pura e simplesmente desaparecem de circulação. Nos
projectos de um só homem, mesmo que de sucesso, não
é difícil fazer vendas de um número impressionante de
aplicações, criar uma base de suporte fiel e, de repente,

Não há apps grátis.


Nem almoços


PEDRO ANICETO
[email protected]

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS PODEM


CRIAR ONDAS DE CALOR HÚMIDAS


E EXTREMAS


De acordo com um estudo feito
no MIT, nos Estados Unidos,
as alterações climáticas
podem vir a gerar ondas
de calor extremas, marcadas
pela humidade, que podem
ser mortíferas, até para pessoas
saudáveis. De acordo com
o professor Elfatih Eltahir,
responsável pelo estudo, a Índia
será o país mais afectado por
este fenómeno, a menos que
as emissões globais de carbono
«sejam reduzidas eficaz
e rapidamente». O estudo fala
sobre a combinação entre a


temperatura e a humidade,
o chamado nível wet bulb.
Quando este nível chega aos 35
graus, o corpo humano deixa de
conseguir arrefecer-se através
da transpiração; de acordo com
o estudo, uma pessoa saudável
pode morrer em «cerca de seis
horas». As ondas de calor já
são um risco grande no sul da
Ásia, onde, em 2015, morreram
3500 pessoas devido a este
fenómeno. No ano passado,
a Índia atingiu o seu dia mais
quente de que há memória, com
51ºC na cidade de Phalodi. C. Rocha

NOVO FORMATO DE VÍDEO TESTADO


PELO INSTAGRAM


n A rede social Instagram está a testar um novo formato de vídeos
em directo com um amigo. Para adicionar um convidado durante
a transmissão, basta tocar no novo ícone no canto inferior direito
e em seguida ‘Adicionar’ para convidar
alguém que esteja a assistir. «Quando
a pessoa aceitar, verá o ecrã dividido
em dois e o seu amigo surgirá logo por
baixo», explica o Instagram. Depois,
quem estiver a ver este vídeo pode
fazer ‘Gosto’ e comentar
enquanto acompanha a transmissão.
O utilizador pode remover o seu convi-
dado e adicionar outro a qualquer mo-
mento; os convidados também podem
decidir sair por iniciativa própria.
O utilizador pode também partilhar
o seu vídeo em directo nas histórias
quando a transmissão terminar, ou
escolher ‘Descartar’.
Esta funcionalidade será testada
com uma pequena percentagem da
comunidade do Instagram e «lançada
globalmente nos próximos meses»,
prometem os responsáveis.

Existem apps que são verdadeiros salva-vidas.
Daquelas que usamos até à exaustão e que,
se um dia nos falham, por qualquer razão,
amaldiçoamos a vida, a mãezinha
do programador (...)

deixar abandonados uns milhares de utilizadores.
Um upgrade de sistema, um upgrade de telefone e, de
repente, temos nas mãos uma app que outrora foi o melhor
amigo do homem e que de repente se torna um incómodo
até a substituirmos. Não é a primeira vez que isto me
acontece, depender muito de um software e perceber que
o mesmo deixou de funcionar num upgrade, percorrer a
via sacra do suporte que não responde (por abandono) ou,
mais incrivelmente, ter como resposta que a empresa foi
comprada e que o produto agora mudou de nome e se o
quiser que o compre. Sim, lá fora o mundo é cruel.
Mas e quando um construtor global decide abandonar
uma app que vendeu (e por vezes a bom preço) como
complemento do seu hardware? Aconteceu-me esta semana
e não quis acreditar que as primeiras respostas às queixas
registadas por parte de clientes tivessem sido «O nosso
programador desertou». O que não deixa de ser uma ironia.
Está claro que não tardará que, na minha caixa de correio,
eu tenha um destes dias um email a dizer «O produto X
agora chama-se Y e se quiser continuar a tê-lo compre-o».
É uma espécie de pirataria legal.
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