Vegetarianos — Outubro 2017

(ff) #1
Veget a r ia nos 45

O


s números e as previsões falam
por si só. Até 2022, o mercado
de laticínios veganos deverá
faturar US$ 21,7 bilhões ao
redor do mundo – uma taxa
de crescimento de 13,3% ao ano, contra
apenas 3% previstos para o comércio
de leite animal, avalia a Allied Market
Research. A empresa de pesquisas
também calcula que o mercado global de
ingredientes feitos à base de proteína de
soja – avaliado em US$ 7,5 bilhões em
2016 – deve chegar a US$ 12,2 bilhões
em 2023, registrando um aumento anual
de 7,2%. Crescimento impulsionado
também pelo mercado de alimentos
industrializados veganos, alternativos à
carne, que, segundo a Technavio, terá
um crescimento anual de 11% até 2020,
contra os 7% anuais do mercado de carne
no mesmo período.
Se o futuro é promissor para quem
está pensando em investir em produtos
alimentícios veganos, o presente não
é diferente. Hoje, mercados veganos
como Alemanha, Estados Unidos e até
países como China, Japão e Emirados
Árabes estão entre os mais rentáveis ou
promissores. O campeão, porém, é o Reino
Unido, onde só em 2015 os empresários
do ramo vegano faturaram no total
US$ 30,1 bilhões, de acordo com dados
da Euromonitor. Ao redor do mundo,
houve um aumento de mais de 60% nos
lançamentos de alimentos e bebidas
vegetarianos, entre 2011 e 2015, dizem os
relatórios Innova Market Insights.

Mercado brasileiro
No Brasil, apesar de ainda não
existirem estatísticas a respeito do
crescimento dessa fatia de mercado, é
evidente o aumento de estabelecimentos e
produtos voltados para o público vegano e
simpatizante do veganismo.
Um bom indicador dessa tendência
são os dados da Associação Franquia
Sustentável, que indicam um faturamento
de R$ 55 bilhões do mercado de produtos
naturais, em 2015. Sem falar no aumento
do interesse pelo veganismo. Segundo
o Google Trends, ferramenta on-line que
permite analisar a evolução do número
de pesquisas de uma palavra-chave, de
janeiro de 2012 a julho de 2016, o volume
de buscas pelo termo vegano no Google
cresceu mil por cento no Brasil.
“Ao contrário de três ou quatro
anos atrás, hoje as pessoas têm mais
curiosidade em relação aos produtos
veganos, e isso é um dos principais
chamarizes para o crescimento desse tipo
de mercado”, opina Ricardo Laurindo,

presidente da Sociedade Vegetariana
Brasileira (SVB), que, em 2013, lançou
o Selo Vegano. O objetivo principal
GHVVHVHORGHFHUWLÚFDÀ¼RÂIDFLOLWDU
para o público vegano, vegetariano e
VLPSDWL]DQWHVDLGHQWLÚFDÀ¼RGHSURGXWRV
livres de ingredientes de origem animal e
testados em animais. “O selo também está
aí para fomentar o mercado e educar a
cadeia de fornecedores sobre o que de fato
é um produto vegano”, acrescenta Carol
0XUXDJHUHQWHGHFHUWLÚFDÀ¼RGD69%

Veganismo em evidência
(QWUHRVSURGXWRVFHUWLÚFDGRVSHOD
SVB estão alguns da Superbom. Criada em
HODQÀDGDRÚFLDOPHQWHHPHP
São Paulo, a empresa produz desde o início
produtos para vegetarianos. Nos últimos
cinco anos, porém, ressaltou nos rótulos
de alguns produtos que eles também
podem ser consumidos por veganos. Além
disso, a marca ganhou uma repaginada
“Em alguns lançamentos, evidenciamos
o fato de eles serem veganos porque foram
desenvolvidos já pensando nesse público,
bem como nas pessoas intolerantes à
lactose”, conta Ademir Alberto, presidente
da Superbom, que produz queijos, patês,
maionese e salsichas veganas. “Lançá-
los foi uma resposta a essa demanda
sempre crescente”, completa Ademir.
Graças também a essas renovações e à
atenção que o mercado está pedindo, o
crescimento anual da empresa, segundo o
empresário, é de cerca 12% ao ano.
“Desde seu surgimento, a Superbom
desenvolve alimentos vegetarianos
e veganos porque não trabalhamos
por modismo, mas por princípios de
promoção da saúde”, ressalta. Segundo
ele, essa busca por uma alimentação
saudável é uma das explicações para
esse boom no mercado de alimentos

Ao contrário de três ou quatro anos atrás,


hoje as pessoas têm mais curiosidade em relação aos


produtos veganos, e isso é um dos principais chamarizes


para o crescimento desse tipo de mercado


Ricardo Laurindo, presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB)


Quibe de espinafre e
catupiry vegano é
um dos sucessos da
rede de lanchonete
Hareburger

Foto:


Divulgação

Free download pdf