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quilômetros
por hora.
expostos à radiação ionizante do Sol.
Isso seria um problema ainda maior,
uma vez que teríamos de aguentá-lo
por seis meses seguidos.
Sim, um ano passaria a valer um
dia terrestre. Assim, metade do ano
seria uma noite congelante, que va-
leria enquanto estivéssemos na face
do planeta virada do lado oposto do
Sol. Na outra metade, teríamos um
dia escaldante, com o astro apontado
diretamente para nós, seis meses a fio.
As correntes oceânicas teriam papel
ainda mais crucial no equilíbrio das
temperatras, tansportando o calor
das águas quentes do lado ilumina-
do do planeta para as frias, onde rei-
naria a noite. Caso esse sistema não
funcionasse, uma camada de gelo es-
pessa poderia se formar no oceano. Aí,
estaria aberta a contagem: se o gelo
do lado notrno não derretesse nos
seis meses seguintes, de Sol constante,
a Terra entaria em uma glaciação e
estaria tdo acabado.
Há outra hipótese. A evaporação
intensa de água dos oceanos do lado
iluminado poderia represar grande
quantdade de vapor na atmosfera, au-
mentando o efeito estfa. Em últmo
caso, isso faria toda a água dos oceanos
ir embora para a atmosfera. As tem-
peratras iriam às altras, tornando o
planeta igualmente inabitável.
É verdade que, devido à interação
com a Lua, a Terra tem freado a uma
taxa de 1,5 milissegundo a cada cem
anos – e, por isso, teremos dias um
tantnho mais longos daqui para
frente. Em 4,6 bilhões de anos, por
exemplo, serão apenas sete giros
por ano, e os dias terão 1.152 horas.
Mas a chance de estarmos aqui
para ver de perto esses dias ulta-
longos é quase zero. Daqui a 1 bilhão
de anos, o Sol estará 10% mais quen-
te, como consequência natral do
envelhecimento de uma estela. Será
o bastante para vaporizar os mares
e eliminar a água líquida do planeta.
A possibilidade de alguma forma
de vida sobreviver a tal cataclisma
é tão nula quanto a da Terra parar
de girar neste exato momento.S
Foto Getty images
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