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urante muitos anos, os man-
da-chuvas da Rolls-Royce e da
BMW (dona da marca inglesa)
viveram o dilema de fazer um SUV
com a estatueta Spirit of Ecstasy,
símbolo da Rolls, sobre o capô. “Um
veículo desse tipo não se encaixa em
nosso portfólio”, era o que eles mais
diziam a quem perguntasse tanto
em Goodwood (fábrica da Rolls)
como em Munique (sede da BMW).
Sob pressão dos mais progressis-
tas e, principalmente, dos endinhei-
rados clientes (e a quem as empresas
não costumam dizer que não), o
Cullinan nasceu respeitando, dentro
do possível, o que a tradição da mar-
ca preconiza: conforto quase infinito
e desempenho mais que superior.
Quem foi ao Salão do Automóvel de
São Paulo, em novembro, pôde con-
ferir isso ao vivo. Claro que a beleza
está nos olhos de quem vê e mesmo
que diversos críticos não encontrem
elegância nesta limousine de sal-
tos altos, não podemos negar que o
Cullinan tem uma aparência muito
imponente – com a estatueta Spirit
of Ecstasy, colocada em uma altura
nunca vista na história da marca.
O motor é o mesmo do recém-a-
tualizado sedã Phantom, um V12 bi-
turbo de 571 cv e 86,7 mkgf montado
na frente do SUV de 5,34 metros e
2,6 toneladas – o que resulta em uma
relação peso/potência de 4,6 kg/cv,
digna de superesportivo. Segundo
a fábrica, o Cullinan vai de 0 a 100
km/h em 5,2 segundos e atinge 250
km/h de máxima (eletronicamente
amordaçada). O consumo? 6,7 km/l,
no ciclo misto europeu. Mesmo ad-
mitindo essa marca ruim, a Rolls diz
que não tem planos para fazer uma
versão híbrida a curto prazo e nem
nada menos de uma dúzia de cilin-
dros para empurrar o carro. Mas é
sabido que a marca tem intenções de
eletrificar toda a sua gama.
O acesso ao interior digno de reis
é feito atrás, por portas de abertura
invertida (suicida), e todas (incluin-
do a do porta-malas com 560/1.930
litros) são operadas eletricamente.