LONGA DURAÇÃO
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DESMONTE DO COMPASS
D
esde 1997, quando a picape Ford
F-1000 foi desmontada, o Longa
Duração não tinha um carro mo-
vido a diesel. Exatos 20 anos depois,
em 2017, o Jeep Compass Longitude
4x4 encerrou o jejum. Nosso Compass
chegou carregado de respostas a dar.
Seu desempenho (no dia a dia e no
desmonte) seria melhor do que o do
Renegade? A performance off-road
seria a de um autêntico Jeep? As revi-
sões a cada 20.000 km dariam conta
do recado? Eis as respostas.
Se no Renegade 1.8 de Longa
Duração (desmontado em dezembro
de 2016) a letargia em acelerações e
retomadas foi a principal reclamação
dos usuários, no Compass esses mes-
mos dois itens foram justamente os
pontos mais elogiados. A suspensão,
apesar da necessidade de reapertos
por conta do barulho em quase todas
as visitas à rede, também se mostrou
melhor que a do irmão menor.
Nossa confiança no Compass, no
entanto, foi levemente abalada por
dois pequenos problemas. Primeiro,
foi o lampejo involuntário do facho
alto. Acionado pela alavanca da seta,
bastava sinalizar para a esquerda ou
direita para o farol alto piscar. Na es-
trada, isso é um problema nas ultra-
passagens, pois o lampejo acontecia
após o carro da frente ceder passa-
gem. Acumulamos muitos olhares de
reprovação nessa fase. Presenciamos
ainda três episódios de apagão con-
junto da central multimídia e do pai-
nel de instrumentos: sem nenhum
motivo aparente, ambos desligavam,
voltando a funcionar normalmente
após alguns segundos.
Relatamos os problemas repetidas
vezes à rede e obtivemos sempre as
mesmas respostas: “A alavanca de
seta é assim mesmo. Sobre o painel,
fizemos uma varredura na central
eletrônica e não encontramos ne-
nhum registro de erro. Mesmo assim,
aplicamos o software mais recente”.
O segundo problema atingiu o
câmbio de nove marchas do SUV. Nas
descidas em velocidade reduzida,
bastava um leve toque no acelerador
para um tranco na transmissão as-
sustar o motorista. Com o tempo – e
três reclamações junto à rede Jeep –,
o problema finalmente desapareceu.
Logo no início da jornada dos
60.000 km, submetemos o Compass
BLOCO E CABEÇOTE
A desmontagem revelou um motor íntegro e moderno. A cabeça
dos pistões, por exemplo, tem desenho termodinâmico, para
otimizar a queima do diesel com uma explosão controlada,
a partir do centro da câmara. Conta ainda com sistema
de arrefecimento por jato de óleo e controle da taxa de
compressão. Virabrequim, cabeçote e bloco passaram
ilesos pelos 60.000 km e pela inspeção visual, no desmonte.
FOTOS SILVIO GIÓIA