Imagine o choque que o rapaz levou! Além de descobrir
uma doença autoimune, ouvir dizer que não poderia
fazer aquilo que tanto gostava: praticar esportes. O
tempo passou e Cristiano realmente largou o surf,
mas não por causa da recomendação médica e sim
porque outra paixão afl orou: a moto! “Sempre gostei
muito de motocicleta. Eu já pilotava por lazer desde
os 18 anos. Aos 35 comprei uma moto esportiva para
fazer passeios, mas decidi fazer um curso de pilotagem
e comecei andar em autódromos por diversão”, conta.
Com o perigo crescente de acidentes no trânsito,
principalmente envolvendo motos, Cristiano foi
deixando de andar nas ruas da cidade para se dedicar
somente às pistas de corrida.
A motovelocidade é um esporte realizado em
autódromos, com motocicletas comuns que podem ou
não ter algum tipo de alteração na sua parte mecânica
ou visual. Geralmente, essas motos passam por
adequações técnicas, de segurança e de performance.
É um esporte que libera adrenalina demais. Por isso,
quem tem diabetes e quer praticá-lo precisa de muito
controle e disciplina. “É inevitável, todo fi m de semana
de competição, minha glicose fi car mais alta. Sempre
faço ajustes nesses dias e procuro consumir refeições
ainda mais equilibradas”, explica Cristiano. Ele sabe que
a glicemia vai subir poucos minutos antes da largada,
mas não faz a correção de propósito para evitar o risco de
uma hipoglicemia, que pode ser fatal em meio à prova.Todo fi m de semana de
competição, minha glicose
fi ca mais alta. Por isso,
faço sempre os ajustes
necessários e procuro
ter refeições ainda mais
equilibradas.” (Cristiano
Nogueira, 46 anos, DM1
desde os 23)Foto: arquivo pessoalMOMENTO DIABETES Ŕ 45