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Há quase 25 anos, nas terras baixas junto de
Cherskiy, Serguei criou um projecto de demons-
tração com 144 quilómetros quadrados, chama-
do Parque do Plistocénico. A sua ideia era trazer
os grandes herbívoros de volta e verificar se eles
trariam consigo as pradarias. Ele e, mais tarde,
Nikita, cercaram cavalos selvagens e mandaram
vir iaques e ovelhas do lago Baical, a bordo de car-
rinhas. Na Primavera passada, Nikita trouxe 12
bisontes da Dinamarca. Em 2018, a família Zimov
juntou esforços com o geneticista George Church,
da Universidade de Harvard, que acredita que um
dia conseguirá clonar um mamute. Talvez estes
animais, actualmente extintos, venham a cami-
nhar um dia pelo Parque do Plistocénico.
O parque é o derradeiro teste à hipótese de Ser-
guei Zimov e, espera ele, uma protecção contra
futuras alterações climáticas. Os prados, sobretu-
do quando cobertos de neve, reflectem mais luz
solar do que a floresta escura. Os herbívoros pi-
sam a neve espessa, permitindo que o solo liberte
calor. Ambas as acções arrefecem a terra. Se os
animais selvagens conseguirem restaurar os pra-
dos, poderão abrandar o degelo do permafrost e,
por conseguinte, as alterações climáticas. Contu-
do, para fazer mesmo a diferença, teríamos de li-
bertar o equivalente a jardins zoológicos inteiros
de animais em milhões de hectares do Árctico.
Segundo a família Zimov, as provas dadas pelo
seu parque de 14.400 hectares são promissoras.