Freud e seus Fantasmas - Rafael Rocha Daud

(Antfer) #1

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em ignorá-los por completo. Uma boa análise de
sonhos deve conduzir o sonhador a saber em que
aspectos de seu sonho e interpretação deve se fiar
e quais são apenas enganadores, aparecendo como
confissões tenebrosas, mas na verdade escondendo
aspectos mais sutis, porém também mais difíceis
de compreender.


É preciso sempre se lembrar disso: a interpretação
dos sonhos, como a análise, embora possa trazer
à tona pensamentos repreensíveis, desagradáveis,
não tem como objetivo purgar imoralidades, não se
trata de um confessionário. Trata-se de descobrir
pensamentos que pensamos sem saber que
pensamos ou, em outras palavras, inconscientes:
às vezes ignoramos esses pensamos pelo fato de
serem imorais, queremos ignorá-los; às vezes,
simplesmente são complicados demais para que nos
demos ao trabalho de lhes dar atenção no tempo
cotidiano. Essa é uma boa forma de permitir que
aqueles nós se formem e em vez de um novelo,
acabaremos com um belo emaranhado de linhas
no lugar de um inconsciente. Desse labirinto mal
orientado surgirão os sintomas e as inibições:
cumpre reencontrar o fio da meada e os sonhos
sempre são um bom guia para isso.

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