Vingança a Sangue-Frio

(Carla ScalaEjcveS) #1

prestes a embrulhar dois cachorros Big Bite para duas raparigas de enormes
traseiros.


– Espere pela sua vez, por amor de Deus – disse o rapaz sem levantar os
olhos.


Uma das raparigas soltou um som indignado quando Harry se inclinou
sobre o balcão, bloqueando o acesso ao frasco de ketchup e agarrou na frente
da camisa verde do rapaz.


– Olá, sou eu outra vez – disse Harry. – Agora ouve com atenção, ou esta
salsicha vai-te subir...


A expressão aterrorizada do rapaz forçou Harry a recompor-se. Soltou-lhe a
camisa e apontou para a montra, pela qual se via o Nordea Bank do outro lado
da rua devido ao enorme intervalo deixado vago pelo contentor.


– Quando é que eles levaram o contentor? Depressa!
O rapaz engoliu em seco e olhou para Harry.
– Agora. Agora mesmo.
– Quando é agora?
– Há dois minutos. – Os olhos brilharam.
– Para onde é que iam?
– Como quer que saiba? Não sei népia acerca de contentores.
– Nada.
– Eh?
Mas Harry já tinha saído.
Harry levou o telemóvel vermelho de Beate ao ouvido.
– Aterro sanitário de Oslo? Fala da polícia, o inspector Harry Hole. Onde é
que vocês esvaziam os vossos contentores? Os privados, sim. Metodica, ok.
Onde é que... Verkseier Furulands vei in Alnabru? Obrigado. O quê? Ou
Grønmo? Como é que sei qual...?


– Olha – disse Beate. – Um engarrafamento.
Os veículos parados, em frente do Kafé Lorry, em Hegdehaugsveien,
formavam um muro aparentemente impenetrável em direcção ao cruzamento.


– Devíamos ter ido pela Uranienborgveien – disse Harry. – Ou por
Kirkeveien.

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