Vingança a Sangue-Frio

(Carla ScalaEjcveS) #1

satisfeito por se ver livre dele. Møller ficou satisfeito por o ter de volta ao
sexto piso.


– Vou apenas dar uma saltada lá acima para entregar isto a Ivarsson –
murmurou Harry, a sacudir a cassete vídeo. – Ele queria dar-lhe uma olhadela
com uma nova menina-prodígio que têm lá em cima.


– Oh? Quem é?
– Alguém que saiu este Verão do Instituto da Polícia, e que aparentemente
resolveu três assaltos apenas ao estudar os vídeos.


– Uau. É gira?
Harry suspirou.
– Vocês, jovens, são tão aborrecidamente previsíveis. Espero que ela seja
competente. Não me interessa o resto.


– Tens a certeza de que é uma mulher?
– Só se herr e fru Lønn chamaram ao filho Beate como uma piada.
– Tenho o pressentimento de que ela é atraente.
– Espero que não – disse Harry, a baixar-se, devido ao hábito enraizado de
fazer os seus 192 centímetros passarem sob a estrutura da porta.


– Oh?
A resposta foi gritada do corredor:
– Os bons agentes da polícia são feios.
À primeira vista, a aparência de Beate Lønn não dava qualquer indicação
fiável quanto a nenhum dos casos. Não era feia; alguns até poderiam dizer
que se parecia com uma boneca. Mas isso poderia ser em grande parte porque
era pequena: rosto, nariz, orelhas – e o corpo. A característica mais dominante
era a sua palidez. A pele e o cabelo eram tão destituídos de cor que fazia
lembrar a Harry um cadáver que Ellen e ele tinham uma vez pescado do
Bunnefjord. No entanto, ao contrário do cadáver, Harry tinha a sensação de
que, se se virasse por um instante, conseguir-se-ia esquecer de qual a
aparência de Beate Lønn. Algo com que, aparentemente, ela não se teria
importado enquanto murmurava o seu nome e deixava que Harry lhe
apertasse a mão pequena e húmida antes de a afastar com toda a rapidez.


– O inspector Hole é uma espécie de lenda aqui no departamento – disse o
PAS Rune Ivarsson, que se encontrava de costas viradas para eles a remexer
num molho de chaves. No cimo da porta de ferro cinzenta um letreiro dizia

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