para tentar a sua sorte no Elmer.
Harry marcou o número que Rakel lhe dera, mas voltou a apanhar a voz
russa que presumiu lhe dizia que estava a ladrar à árvore errada. Ligou de
seguida a Bjarne Møller e tentou dar ao chefe a impressão de que não estava a
ladrar à árvore errada. Møller não pareceu convencido.
– Quero boas notícias, Harry. Não relatórios da maneira como tens passado
o tempo.
Beate entrou para dizer que vira o vídeo mais dez vezes, e já não tinha
qualquer dúvida de que o Executor e Stine Grette se conheciam.
– Acho que a última coisa que ele lhe diz é que ela vai morrer. Consegue-se
vê-lo nos olhos dela. Simultaneamente desafiadora e assustada, tal como nos
filmes de guerra onde se vêem os resistente alinhados e prontos a serem
fuzilados.
Interrupção.
– Está aí alguém? – Sacudiu uma mão em frente dos olhos dele. – Pareces
exausto.
Hole ligou a Aune.
– É o Harry. Como é que as pessoas reagem quando sabem que vão ser
executadas?
Aune soltou uma risadinha.
– Ficam concentradas – disse ele. – Sintonizadas.
– E assustadas? Em pânico?
– Isso depende. De que tipo de execução estamos aqui a falar?
– Uma execução pública. Num banco.
– Estou a ver. Ligo-te dentro de dois minutos.
Harry olhou para o relógio enquanto esperava. Demorou 120 segundos.
– O processo da morte, muito à semelhança do do nascimento, é algo de
muito íntimo – disse Aune. – O motivo por que as pessoas em tais situações
sentem, por instinto, o desejo de se esconderem não se deve apenas ao facto
de se sentirem fisicamente vulneráveis. Morrer perante outros, como acontece
numa execução pública, é um castigo duplo já que é uma afronta à
privacidade da vítima e do modo mais brutal concebível. Foi uma das razões
por que se considerou que entre as populações as execuções públicas tinham