– Apareceram alguns dos habitantes locais – respondeu Weber. – O dono da
mercearia reconheceu-o. Contactaram a mulher dele em Oslo e trouxeram-na
até aqui. Ela confirmou que era Arne Albu.
– E onde é que ela está agora?
– No chalé.
– Alguém a interrogou?
Weber encolheu os ombros.
– Gosto de ser o primeiro em cena – disse Waaler, a inclinar-se para a frente
e a tirar um grande plano do rosto.
– A polícia de Moss ficou com o caso. Só fomos chamados para prestar
assistência.
– Nós temos a experiência – disse Waaler. – Alguém explicou isso
delicadamente aos imbecis de província?
– De facto, alguns de nós já investigaram um homicídio – disse uma voz
atrás deles.
Waaler olhou para um homem sorridente com um blusão de cabedal preto
da polícia. As dragonas exibiam uma estrela e faixas douradas.
– Sem ofensas. – O inspector riu-se. – Chamo-me Paul Sørensen. Deve ser
o inspector Waaler.
Waaler olhou-o por momentos e ignorou o movimento que Sørensen fez
para lhe apertar a mão. Não gostava de contacto físico com homens que não
conhecia. Pensando nisso, nem com homens que conhecia. Com mulheres era
outra conversa. Ou, pelo menos, desde que fosse ele a controlar. O que era
normal acontecer.
– Nunca investigou nada como isto antes, Sørensen – disse Waaler, a puxar
para cima uma das pálpebras do homem morto e a revelar um olho injectado
de sangue. – Isto não é um esfaqueamento num bar, nem uma briga de
bêbados. Foi por isso que nos chamaram, não foi?
– Sim, isto não se parece com nada local – disse Sørensen.
– Sugiro que você e os rapazes fiquem por aqui de vigia, enquanto vou falar
com a mulher do morto.
Sørensen riu-se como se Waaler tivesse contado uma boa piada, mas
interrompeu-se quando viu as sobrancelhas de Waaler a erguerem-se acima
dos óculos Police. Tom Waaler dirigiu-se ao cordão. Contou lentamente até