pânico. Que garantias tenho de que não estás já preso e de que isto não é uma
armadilha para me apanharem? Estás a perceber agora? Vem sozinho e pára
debaixo de um candeeiro para que eu te possa ver claramente quando chegar.
O Valete resmungou.
– Merda! Merda! Merda!
– Então?
– Está certo. Ok. Traz os comprimidos. Merda!
– Terminal dos contentores dentro de quarenta minutos. Debaixo de um
candeeiro.
– Não te atrases.
– Espera aí, há mais. Vou estacionar ao fundo da rua onde estiveres.
Quando eu o disser, levanta a arma no ar para que eu a possa ver bem.
– Para quê? Estás paranóico, ou quê?
– Digamos apenas que, de momento, a situação é um pouco dúbia e eu não
vou correr riscos. Faz o que te digo.
Waaler premiu o botão vermelho e olhou para o relógio. Virou o botão do
volume completamente para a direita. Guitarras. Um som puro e belo. Uma
fúria pura e bela.
Bjarne Møller entrou no apartamento e perscrutou a sala com uma
expressão desaprovadora.
– Um cantinho aconchegante, não achas? – disse Weber.
– Ouvi dizer que era um velho conhecido.
– Alf Gunnerud. Pelo menos, o apartamento está em nome dele. Há muitas
impressões digitais. Tenho de ver se são dele. Vidro. – Apontou para um
jovem que passava uma escova fina pela janela. – As melhores impressões
encontram-se sempre nos vidros.
– Como agora estás a tirar as impressões, presumo que tenhas encontrado
aqui outras coisas.
Weber apontou para um saco de plástico caído sobre o tapete com um certo
número de outros objectos. Møller baixou-se e enfiou o dedo através de um
rasgão no saco.
– Hm. Sabe a heroína. Deve ter perto de meio quilo. E o que é isto?