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Sans Souci
arry olhou para a fotografia durante muito tempo, para o sorriso
branco e terno, o maxilar forte e os olhos azuis-aço. Tom Waaler. Depois
empurrou a fotografia para o outro lado da secretária.
– Demora o tempo que quiseres – disse. – E olha com atenção.
Roy Kvinsvik parecia nervoso. Harry recostou-se na cadeira do gabinete e
olhou em volta. Halvorsen pendurara na parede por cima do arquivador um
calendário do Advento. Dia de Natal. Harry tinha o piso quase todo só para si.
Essa era a melhor coisa dos feriados. Duvidava que fosse ouvir Kvinsvik a
falar em línguas como o estava a fazer quando ele o encontrara na fila da
frente da Igreja de Filadélfia, mas havia sempre esperança.
Kvinsvik pigarreou e Harry sentou-se direito.
Pela janela, os flocos de neve flutuavam suavemente sobre as ruas desertas.