Terminada a narrativa, Omar Rabih cruzou os braços e, fitando-me
muito sério, disse, num tom que revelava irritação e mau humor:
— Os mercadores de Haourã não virão ao nosso encontro. Fomos
ludibriados. Perdemos o negócio. Não conseguirás o trigo que tanto
desejavas.
— Não faz mal — respondi tranquilo, plenamente conformado com a
sorte. — Perdi o trigo mas ganhei uma lenda. Maktub! Que importa o trigo?
Não é só de pão que vive o homem; vive, também, dos pensamentos felizes!
Muitos anos mais tarde, fui encontrar, entre os inesquecíveis poemas de
Gibran Khalil Gibran, esta sentença admirável: “Não é só de pão que vive o
homem; vive também das fantasias, dos sonhos e dos pensamentos puros
que trazem alento e alegria ao nosso coração.”